Júnior Gurgel
Jornalista político, memorialista e Ghost writer. Ex- diretor de Jornais e Emissoras de Rádio na Paraíba, com atuações no Radiojornalismo.
MORUBIXABAS INVIABILIZAM CANDIDATURAS DE PEDRO E VENEZIANO
Publicado em 18 de maio de 2022Os velhos “caciques” que por décadas integram o comando dos Diretórios Nacionais das principais legendas do país, com históricos políticos que datam do processo de “redemocratização” – consolidado com a Constituição Cidadã de 1988 – cansaram-se de ficar nos bastidores, reféns do humor de seus deputados e senadores, que só enxergavam seus umbigos e trocavam de siglas quando bem entendiam, desde que seja vantajoso para si.
A janela partidária, popularmente conhecida como da “traição”, permite ao parlamentar, governador ou prefeito – seis meses que antecedem o pleito – abandonar sem punição a sigla que o elegeu, trocando-a por outra que facilite a renovação de seu mandato. Todo deputado era um partido (?) Regras e disciplinas teriam que ser aplicadas. E a oportunidade surgiu com a criação da Federação Partidária (Dezembro2021), instituto que tem prazo dilatado após a “janela”, para tomar rumos como a união a outros partidos.
Trancados no “galinheiro” os irreverentes e oportunistas “mutantes” – contumazes reincidentes – doravante terão seus destinos políticos controlados pelas “raposas”, que além das chaves do galinheiro tem o segredo do cofre onde estão guardados 5,0 bilhões de reais do “Fundão Partidário”.
Gerir dezenas e ou centenas de milhões de reais empodera presidentes das legendas, e os privilegia com direito de escolherem seus fiéis “pupilos”, a quem premiarão com mandato nas Assembleias Legislativas e Congresso Nacional, para assegurarem seus prestígios e renda. Pragmáticos, PSDB, MDB e Cidadania (ex-PCB), decidiram lançar uma chapa para disputar a corrida presidencial, denominada como “terceira via”, obra criada pela grande mídia esquerdista, com propósitos de atrair o eleitor bolsonarista, que erroneamente ainda insistem em considerá-los como “antipetista”.
Numa exibição de força, os Morubixabas “tucanos” extirparam (ontem 17.05.2022) das entranhas do PSDB a pré-candidatura de João Dória, arrancada a “fórceps”. Um ato de desrespeito ao processo democrático das “prévias” previstas no Estatuto do Partido, embate vencido por Dória, contra seu opositor Eduardo Leite. Bruno Araújo, presidente e “carrasco” do PSDB, ao asfixiar a carreira política de Dória, foi claro em suas declarações à mídia: os três partidos indicarão uma chapa. Exigirão postura de fidelidade, sob pena de punições prévias, como negarem legenda ou cassá-los por infidelidade.
Na “pajelança”, ficou decidido que a “cabeça da chapa” ficará com o MDB. O candidato será Simone Tebet ou Michel Temer. O vice será escolhido pelo PSDB e Cidadania. Esta decisão hierárquica imposta de cima para baixo desmonta palanques de Pedro Cunha Lima, Veneziano Vital do Rego (PB); Fátima Bezerra (PT) e Walter Alves (MDB) no RN e trará problemas para Renan Calheiros (AL) que já estava fechado com o PT e Lula.
Particularizando a Paraíba, a postulação de Pedro Cunha Lima (PSDB) tinha a aprovação e tratamento “diferenciado” por João Dória. A de Veneziano, do ex-presidente Lula, e parte do PT-PB. A terceira via exigirá que ambos se juntem, evento que marcará o fim de Bruno Cunha Lima e Romero Rodrigues, se apoiarem uma chapa com Veneziano na “cabeça” e Pedro vice. Dificilmente a posição será invertida: Veneziano é Senador e vice-presidente do Senado, não abrirá para Pedro. Ricardo Coutinho será o anfitrião e companheiro de desventura de Lula. Como previu Artur Lira – verdade das pesquisas só no final de maio – hoje na sondagem da Genial/Quaest, Bolsonaro já está à frente de Lula na espontânea, e empata na estimulada. Cresce 5% a cada mês, nos últimos 90 dias. Caminho longo… ainda restam 140 dias para o primeiro turno.