Valberto José

Jornalista, habilitado pelo curso de Comunicação Social da Universidade Regional do Nordeste (URNE), hoje UEPB. Colunista esportivo da Gazeta do Sertão e d’A Palavra, passou pelo Diário da Borborema e Jornal da Paraíba; foi comerciante do setor de carnes, fazendo uma pausa de 18 anos no jornalismo.

Momentos de espiritualidade, instantes de dor

Publicado em 3 de agosto de 2022

Depois de meses de aflição, saudades, tristezas e olhos marejados, a parada providencial para vivenciar momentos de realimentar a alma e a vida conjugal. Foi o que fizemos no último sábado e domingo de julho ao participar do encontro Novo Fôlego das Equipes de Nossa Senhora, na cidade de Santa Luzia. Foi maravilhoso!

“As Equipes de Nossa Senhora têm por objetivo essencial ajudar os casais a caminhar para a santidade. Nem mais, nem menos”, define o seu fundador, o padre francês Henri Caffarel. É um movimento de espiritualidade conjugal formado por casais católicos e do qual fazemos parte há 17 anos.

O Novo Fôlego é um encontro de formação que visa “uma revisão da vida de Equipe, refletir sobre o seu percurso e a sua evolução futura, para se renovar. Além de mostrar a necessidade de conversão no casal e na Equipe”. O encontro de Santa Luzia reuniu equipistas de Campina Grande, Pocinhos, Patos, além da própria cidade que o sediou.

Eu e minha Margarida vivenciamos intensamente cada momento; desde a acolhida dos organizadores, as orações, reflexões e celebração aos debates nos módulos propostos. De ouvidos atentos, sorvemos as orientações reanimadoras baseadas nos ensinamentos cristãos.

O diácono Adriano conduziu o momento de oração inicial e a renovação dos Votos Matrimoniais de forma reflexiva, mostrando-se preparadíssimo à missão, o que levou um equipista que não o conhecia a afirmar que “nem todo padre é bom assim”.

O padre Josivan, que me surpreendeu ter o mesmo sobrenome meu, fez uma Homilia dirigida aos casais com palavras diretas e nos exortando, com raro senso de humor, a sermos eternos namorados. “Namorem, viu”. Sua maneira de pregar me fez lembrar o padre Carlos, dando aula de Música no Vera Cruz, em Patos.

Tudo foi bom, mas nos momentos de discussão e reflexão dos módulos sugeridos, eu e Margarida vivemos nosso instante mais difícil. Participamos de dois grupos, formados por casais que não conhecíamos, os trabalhos iniciando, conforme o protocolo, com apresentação de cada casal.

“Eu sou fulano de fulana, eu sou fulana de fulano”, diz cada cônjuge. A exposição continua com o tempo de casamento, números de filhos, se avô ou avó, quantos anos de Equipe. Quem nos conhece, deve imaginar que a enumeração da prole foi nosso instante de dor. Minutos de coração despedaçado, fala embargada e olhos marejados.

Foi a premência de revelar àquela irmandade desconhecida que nosso trio foi desfeito, que nosso Glauber tinha voltado à casa do Pai. A nossa confissão tocou uma das animadoras, que encerrou o Novo Fôlego exortando cada equipista a rezar pelos jovens e garantindo que, a partir desse dia, é uma intercessora da juventude.

ACOLHIDA E MIMO

Os casais das Equipes de Nossa Senhora são exemplos de irmandade e acolhimento. Em Santa Luzia, fomos aceitos para o recolhimento noturno pelo casal Manoel e Josileide, mesmo não participando do encontro. Foram super receptivos, nos deixando bem à vontade. Ela ainda surpreendeu Margarida nos levando uma imagem da Sagrada Família como mimo. Nossos agradecimentos.

DE TIRAR O FÔLEGO 

As Equipes de Nossa Senhora são formadas por cinco a sete casais. A formação Novo Fôlego é proposta a todas as equipes com 10 anos de criação. O encontro de Santa Luzia, com certeza, oxigenou os casais participantes e nos proporcionou momentos tão bons que, paradoxalmente ao que propõe, quase nos tiravam o fôlego…