Valberto José

Jornalista, habilitado pelo curso de Comunicação Social da Universidade Regional do Nordeste (URNE), hoje UEPB. Colunista esportivo da Gazeta do Sertão e d’A Palavra, passou pelo Diário da Borborema e Jornal da Paraíba; foi comerciante do setor de carnes, fazendo uma pausa de 18 anos no jornalismo.

Minha Oktoberfest

Publicado em 1 de novembro de 2023

O dom da vida celebro em julho, mas é no mês de outubro que tenho recebido os presentes da vida. Chega a me impressionar a quantidade de dádivas derramadas sobre mim nesse período do ano, motivos de sobra para vivenciar 30 dias de festa, uma espécie de Oktoberfest particular, se as condições financeiras permitissem e a disposição etílica deixasse.

Se nasci no sétimo mês do calendário, vim à luz na cidade elevada a esta condição num outubro do século XIX. Quando tive de me ausentar de Campina Grande, passei cinco anos em Patos, que também festeja sua elevação citadina neste mês; nele, celebramos o dia da padroeira do Brasil, Nossa Senhora Aparecida.

Num tempo em que se colava grau em algum curso superior religiosamente no meio ou no final de ano, as circunstâncias provocadas pelas greves docentes me levaram a colar grau num outubro de 1985. Três dias depois iniciei trabalho na área, emprego este que me tirou de uma clandestinidade laboral de nove anos.

Passados três anos, subi ao altar na efervescência de uma campanha política no oitavo dia outubrino. Também foi num outubro – um ano e oito dias após, gente! – o nascimento de meu primeiro filho; no último dia 3, o de José, o segundo neto, o segundinho da filha Morgana.

Além dessas motivações, a irmã Aurora, chef master da família, uma porcelana de sabores na cozinha; um tio e uma tia, três cunhados, um sobrinho e uma sobrinha são aniversariantes do mês 10. Não por acaso, também é o mês do Rei do Futebol, que personalizou e qualificou a camisa 10.

Não me faltam, portanto, motivos, e motivos fortes, para um outubro inteiro de festa, a minha Oktoberfest particular. No meu caso, um festival movido a cachaça, por ser a minha bebida predileta, e com a denominação personalizada de OutubrofestiVAL

REVIRAVOLTA(I)

No avançar da idade, o mês também começa a dar suas reviravoltas, surpreendendo-me com saudades e me enchendo de tristezas. Na última quarta-feira, cumpri a dolorosa obrigação de participar da missa de um ano da partida de um tio querido; no sábado, a notícia da passagem do fotógrafo Chico Martins, que nos tempos de rotina das reportagens, embora em veículos diferentes, sempre nos encontrávamos.

REVIRAVOLTA (II)

Antes, no mês que terminou, Chico do Bode, comerciante da Feira Central, e amigo da família, companheiro de farras do tio Clemílcio, que há um ano se fora. Também ficamos sem Bega Lira, que na minha época do Jornal da Paraíba amenizava o calor da tarde com o sorvete que produzia.