

Júnior Gurgel
Jornalista político, memorialista e Ghost writer. Ex- diretor de Jornais e Emissoras de Rádio na Paraíba, com atuações no Radiojornalismo.
MÍDIA MILITANTE ABRAÇA MISSÃO IMPOSSÍVEL DE EVITAR O PESSIMISMO DO BRASILEIRO EM 2025
Publicado em 8 de março de 2025Em recentes pronunciamentos (presenciais) dirigidos para sua minorada militância, o presidente Lula tem enfatizado as dificuldades de seu governo, destacando o tamanho de sua legenda. “O PT tem apenas 60 dos 513 deputados federais e 09 dos 81 senadores da república”. Entretanto, a grande mídia nacional insiste em afirmar que o país está dividido (?). Somando o PT com as demais legendas das “esquerdas progressistas”, resultam na ocupação de 130 cadeiras na Câmara dos Deputados, correspondentes a 1/3 dos demais legítimos representantes do povo.
Por que o jornalismo militante persevera no embuste – repetidas vezes – que 1/3 representa a metade? Pregam a ideia de um país dividido pelo radicalismo “calcificado” entre direita e esquerda, na tentativa de continuarem iludindo o povo. É possível enganar um, por todo o tempo. Poucos, por algum tempo. Mas, nunca todos, por todo o tempo (Abraham Lincoln). Não existe governo de minoria num regime democrático.
Este comportamento extravagante do jornalismo profissional é um caso isolado, forjado no Brasil. Um grupo de militantes doutrinados (peixes de aquários) desde os anos sessenta (século XX) ocupa postos de comando nas salas de redações, estúdios de rádio e TV, dos grandes conglomerados midiáticos. O surgimento das redes sociais colocou em xeque a credibilidade deste exército de “formadores de opinião” dissimulados. Derrubaram seus prestígios e interromperam um perverso processo da manipulação, e o povo por razões óbvias deixou de acreditar nas “meias verdades”.
A injeção de 400 milhões de reais nos veículos de comunicação, recursos oriundos do Ministérios das Comunicações e empresas estatais – Petrobras, Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal – não alterou o quadro clínico do paciente Lula da Silva, que sofre os efeitos de uma hemorragia de popularidade. Tentam estancar a sangria usando esparadrapos, desprezando a cirurgia como única alternativa para a cura.
Inflação generalizada, juros altos, fuga de capitais e dólar acima de R$ 5,70 desde novembro de 2024, estão paralisando a economia em 2025. Zerar as alíquotas de impostos para conter a inflação importando produtos da Cesta Básica, provocará a falência das empresas brasileiras. E onde irão comprar? Com exceção do azeite, todos os demais itens o mundo inteiro compra no Brasil, por ser o maior produtor e ter o melhor preço. Uma contradição estapafúrdia. Quem vender ao Brasil entregará o que foi comprado no próprio Brasil: café, açúcar, carne, frango, ovos, derivados do milho…
Por que o governo resiste em cortar gastos para reduzir juros, e não diminui os impostos, barateando os custos de produção da indústria nacional? A importação, além de criar dependência, provoca desemprego em massa, que resultará na queda do consumo, achatando na arrecadação de tributos, comprometendo a saúde financeira de Estados e Municípios, muitos já pré-inadimplentes.
Dois anos consecutivos de recorde em arrecadação, o governo Lula envia um orçamento para o Congresso de 8 trilhões de reais. O PIB de 2024 atingiu 11,7 trilhões de reais. Convertidos em dólares – oscilando entre 5,70 e 6,00 – corresponde a 2,1 trilhões de dólares, nos posicionando atrás do Estado da Califórnia (USA) com um PIB de 3,5 trilhões. Em 2024 ocupamos o último lugar no ranking das 10 maiores economias.
Usando contabilidade criativa e prestidigitação nos números, o governo deixa o povo tonto. O orçamento de 2025 de 8,0 trilhões de reais, é inferior à dívida que oscilará entre 8,1 e 8,5 trilhões. Cerca de 80% do PIB. Não conseguimos enxergar como o país crescerá, devendo além do que pretende arrecadar. É inútil “dourar a pílula”, quando os efeitos atingem o bolso do povo, enfraquecendo seu poder de compra. A queda do consumo está intrinsecamente ligada à galopante perda de popularidade de um governo agonizante. Não existe mágica para tirar o país desta estagnação pré-recessiva.