Marcos Marinho
Jornalista, radialista, fundador do ‘Jornal da Paraíba’, ‘Gazeta do Sertão’ e ‘A Palavra’, exerceu a profissão em São Paulo e Brasília; Na Câmara Federal Chefiou o Gabinete de Raymundo Asfóra e em Campina Grande já exerceu o mandato de Vereador.
Meu beijo em ILZA
Publicado em 4 de abril de 2022Depois de nascerem três filhos homens – tempos em que não havia ultrassom para se saber por antecipação o sexo do bebê – meus pais (Seu Ovídio e Dona Virgília) tiveram a ansiada alegria de receber Ilza, a primeira das duas mulheres da prole de sete que viria a ser formada com a chegada de Iremar e deste que vos escreve.
Foi tanta a festa que meu pai fez, alegre por ter Ilza na família, que passou quase dois meses sem ver a herdeirazinha, “preocupado” que esteve em comprar um pacote de bolachas Maria, que minha avó materna, Dona Camila, tinha pedido para ele ir buscar para a primeira refeição matinal da mãe de Ilza…
Essa história eu já contei em artigo publicado aqui mesmo n’APALAVRA, de sorte que não carece repetir os detalhes, a não ser o de que ao voltar para casa quase sessenta dias depois ele recebeu ardente beijo e um abraço da sua amada, cujo sentimento verdadeiro era o mais puro que se poderia imaginar.
Dona Virgília era devota de Maria e tinha fé inquebrantável no Pai Celestial… De modo que sempre dizia aos filhos que o juramento ao pé do altar jamais poderia ser quebrado; só com a morte! E por isso nunca escolheu padre para se confessar dos eventuais pecados. Nem o padre Cristóvão, da Igreja do Rosário, amigo fraterno da família e habitual frequentador da nossa mesa. Não tinha ela nada a esconder, nem da vida e nem de Deus!
Mas essa é também uma história que já não cabe mais aqui, porque hoje a festa é de ILZA, minha irmã querida – a que praticamente me criou, enquanto nossa mãe dia e noite pedalava sua máquina Singer para ganhar os trocados que ajudaram a dar dignidade para todos nós.
Sempre a chamei de “IÁ”, mas ninguém me pergunte a razão. Só sei que os sobrinhos pegaram carona e até hoje a chamam de “IÁ branca” para diferenciar de “IÁ preta”, a outra mana que mora em São Paulo.
Ilza está sob encanto…
O Mal de Alzheimer a alcançou maldosamente ainda em tempos de lucidez plena, mas veio devastador deletando toda a sua memória. Sob os cuidados carinhosos dos filhos Aluska, Vinicius e Katiuska, mantem um organismo saudável, ainda no seu tempo de boa validade a considerar a longevidade dos ancestrais de parte materna, em sua grande maioria só requisitados para o Universo Celestial quando batem à porta dos 100 anos ou mesmo após ultrapassarem essa cada dia mais impossível marca.
Hoje é o dia de ILZA, esse 04 de abril a cada ano tão alegremente festejado para todos nós que a amamos e lhe queremos bem, de verdade.
No belo signo de Ilza ‘generosidade’, ‘amor ao próximo’, ‘verdade’, ‘sinceridade’ e ‘gratidão’ são elementos tão firmes que nem o “alemão” consegue dela apartar.
Meu beijo hoje em ILZA é o beijo que eu daria na minha Mãe, Dona Virgília Rozendo Falcão – desnudo de toda e qualquer falsidade dessas que desgraçadamente infestam o mundo e avançam sobre as famílias.
Vida ainda mais longa, minha mana IÁ !