Marcos Marinho
Jornalista, radialista, fundador do ‘Jornal da Paraíba’, ‘Gazeta do Sertão’ e ‘A Palavra’, exerceu a profissão em São Paulo e Brasília; Na Câmara Federal Chefiou o Gabinete de Raymundo Asfóra e em Campina Grande já exerceu o mandato de Vereador.
MEMORIAL PARA ENEIDA AGRA
Publicado em 28 de junho de 2023Com o inigualável toque do seu magistral Português, o notável Mestre Edmundo Gaudêncio, sem dúvidas uma das melhores perfeições viventes em solo da Borborema, publicou em seus perfis nas redes sociais neste final de junho da festa de quadragésimo aniversário d’O Maior São João do Mundo uma joia rara em homenagem a minha querida e sempre amada Eneida Agra Maracajá, uma das raras e praticamente última das verdadeiras ‘baraúnas’ do Nordeste brasileiro.
Por sí só a homenagem se reveste de enorme valia para quem teve a oportunidade – assim como eu – de sorver um pouco do que sai, assim como prêmio de loteria, dessa soberana e suprema forma de criar de Edmundo.
Mas ele foi além… Propôs que Campina Grande erija um Memorial para Eneida, que assim teria o privilégio dado a poucos viventes de ir ela mesma cortar a fita inaugural do monumento.
Na sua oportuníssima crônica sobre o “SÃO JOÃO DE ENEIDA AGRA DO CORDEIRINHO”, que ele justificou ser “pela Cultura que planta”, Edmundo Gaudêncio referenda que ao longo da vida Eneida “nada mais fez que produzir marcos histórico-sociais sobre nossa Cultura”.
Fiquemos com a sua crônica por inteiro, para que eu não a deslustre com meu Português ainda imberbe:
SOBRE O “SÃO JOÃO DE ENEIDA AGRA DO CORDEIRINHO”.
(Para Eneida Agra pela Cultura que planta – com um beijo para Mahayana, minha filha, que é nordestina e nasceu em um 24 de junho)
Hoje se produz e se vende a granel produtos culturais, mercadorias.
Outra questão é conservar Cultura!
Produtos culturais,
Ofertados pela mídia como arte para consumo imediato, passam rapidinho
– Cultura permanece!
E Cultura é Memória
– e memória não é somente função psíquica: Memória é Memória social!
Memória coletiva!
Se a memória individual necessita de suportes materiais,
fotografias, objetos pessoais, por exemplo.
– a memória social também necessita de marcos materiais!
Eneida Agra, ao longo da vida, nada mais fez que produzir marcos histórico-sociais sobre nossa Cultura.
A memória social e cultural de Campina Grande se entrelaça a tal ponto com a memória pessoal de Eneida Agra e vice-versa, que falar Eneida Agra é falar Campina Grande; falar Campina Grande é dizer Eneida Agra!
Grande Eneida!
Último bastião da cultura campinense, nordestina!
Pobre Eneida…!
Que luta, que lutas e quantas?
E já há quanto tempo?
Luta solitária contra milhões de moinhos – muitos de vento! – que apenas será devidamente elogiada, enaltecida, exaltada quando póstuma a autora de sua vida!
Elogios póstumos são desculpas esfarrapadas por homenagens que não foram feitas em vida.
Assim, embora eternizada enquanto viva, Eneida Agra merece cortar a fita de inauguração de um Memorial que leve seu nome…!
E mais ainda:
Cortar a fita inaugural
De um portal para esta cidade, onde esteja escrito: “Você está entrando em Campina Grande: Terra de Eneida Agra”
Aplica-se a
Eneida Agra o que disse Bertolt Brecht:
“Há homens que lutam um dia e são bons; há outros que lutam um ano e são melhores; há os que lutam muitos anos e são muito bons. Mas há os que lutam toda a vida e estes são imprescindíveis!”
É texto para pedir autorização ao autor e assinar em baixo!