Júnior Gurgel
Jornalista político, memorialista e Ghost writer. Ex- diretor de Jornais e Emissoras de Rádio na Paraíba, com atuações no Radiojornalismo.
MAPA MOSTRA TAMANHO DAS ESQUERDAS
Publicado em 15 de outubro de 2022A leitura correta dos números se constitui num fator determinante, para postulantes pragmáticos que disputam campanhas em dois turnos. No primeiro turno (2022) as oposições da Paraíba derrotaram o governador João Azevedo. Pedro Cunha Lima (520.155), Nilvan Ferreira (406.604) e Veneziano Vital do Rego (373.511) votos, que totalizaram 1.300.270. Deduzidos os 863.177 obtidos pelo governador, a maioria foi de 437.093 sufrágios.
Os votos válidos dos quatro competidores alcançaram 2.164.444 eleitores. Fica evidente que para vencer o segundo turno João ou Pedro terão que conquistar metade mais um, do total de votantes, o que corresponde no mínimo a 1.082.223. Para João Azevedo, que largou na frente com folga (39,65%) ou 863.177, sua meta será adquirir 219.045 novos seguidores que abracem sua causa. Onde encontrá-los? Dentro das esquerdas que formaram o extinto “Núcleo Girassol”. Paradoxalmente, mesmo divididas, saíram das urnas fortalecidas – acima de quaisquer expectativas – com 1.295.031 votos. João Azevedo, 863.174 e Ricardo Coutinho 431.857.
Resumindo: Ricardo e João juntos, a campanha teria sido vencida em primeiro turno, com a reeleição do governador e Ricardo Coutinho eleito Senador. Somando os votos de Ricardo Coutinho com os de Pollyanna Dutra (457.679), o ex-governador totalizaria 889.536, impondo uma maioria de 272.059 mil votos sobre Efraim Filho (617.477). A maioria de João Azevedo, sobre Ricardo Coutinho, viria da base aliada, com destaque para o Republicanos.
Fica difícil identificar os votos de Veneziano Vital do Rego – quarto colocado na disputa – já que Ricardo Coutinho obteve 58.343 votos a mais. Em tese, e por sua performance em Campina Grande – seu principal reduto – talvez tenha sido “puxado” por Ricardo, Luís Couto, Luciano Cartaxo e outros “Xiitas” da esquerda radical.
Estes dados são preocupantes e talvez “alarmantes”, sob o ponto de vista comportamental do eleitor paraibano. A “Operação Calvário” foi submetida a julgamento popular em 02/10/2022, e o povo absolveu todos os seus réus. Dos que estiveram presos, aos que ainda respondem processos, ou estão sendo investigados, o povão os inocentou através do “sufrágio” popular secreto e universal. Honestamente, ficamos perplexo. Será que regredimos e voltamos aos tempos de Ademar de Barros, com o “rouba, mas faz”?
Pedro Cunha Lima conseguiu o apoio de Veneziano Vital do Rego, algo inimaginável. Contudo, quem veio com ele? Ricardo Coutinho, Luís Couto, Luciano e Lucélio Cartaxo? Distante desta turma, não conseguirá transferir 1/3 dos votos que obteve no primeiro turno. João Azevedo vem “administrando” o resultado. O Republicanos já estava com ele em 02.10.2022. Faz aceno ao Bolsonarismo, no mesmo estilo de Pedro: só o nome, sem a presença. Se Lula vier a Paraíba, como reagirá Veneziano ao lado de Pedro e o Republicanos? João, já conseguiu as bençãos de Lula.
Após a adesão e apoio de Veneziano, o objetivo de Pedro seria conquistar imediatamente – e a qualquer custo – apoio de Nilvan e Bolinha. Entretanto, as adesões estão vindo “fatiadas”. Sérgio Queiroz, Cabo Gilberto… Ainda Falta Wellington Roberto e a estrela da legenda Nilvan e seu vice. Este movimento equilibraria a disputa, com ligeira vantagem para Pedro, que passaria a torcer para não ocorrer uma “guinada” de última hora de Ricardo Coutinho e seus “Xiitas” fumando o “cachimbo da paz” com João Azevedo. Se este “fato novo” acontecer, os números que descrevemos acima mostram antecipadamente o resultado do pleito.