

Júnior Gurgel
Jornalista político, memorialista e Ghost writer. Ex- diretor de Jornais e Emissoras de Rádio na Paraíba, com atuações no Radiojornalismo.
MADURO ENCURRALOU LULA E O TSE
Publicado em 27 de julho de 2024Por que Lula, TSE, STF e o Itamaraty não responderam acusações contundentes do presidente da Venezuela Nicolas Maduro, “companheiro” ou “camarada” das esquerdas/comunistas brasileiras? Até a chorosa viúva do “stalinismo Moscovita”, Celso Amorim, silenciou. A grande mídia noticiou, mas não se aprofundou no tema, questionando o motivo do ataque de Maduro. Comportou-se como um “dedo duro”? Ou simplesmente pensa do mesmo modo que seus comparsas brasileiros?
Acho que boa parte da população ainda se recorda das declarações de Lula, ao sair de um terreiro de Umbanda na Bahia, onde foi ser “benzido”. “Farei acordos até com o diabo para vencer as eleições (2022)”. Maduro está disposto a fazer o mesmo. O passado não volta. Não tem como se consertar erros – mesmo previstos por todos – que clamaram por transparência em tempo hábil. O povo foi às ruas, suplicou diversas vezes ao STF e TSE o voto no papel, comprovante do voto impresso, ou um meio de acesso público independente capaz de auditar o resultado da eleição, em caso de dúvidas.
Nicolas Maduro, como vice de Hugo Chávez, é testemunha viva, e sabe o que fizeram nas eleições da Venezuela – modelo copiado a partir de 2006 no Brasil – adquirindo na mesma empresa Venezuelana as velhas urnas – hoje ainda sendo usadas no Nordeste – fabricadas pela Smartmatic. A indústria entrega o produto. Seu manuseio é por conta de quem adquiriu. Explicando melhor: o leitor compra um notebook, não importa a marca ou fabricante. Mas, é ele quem escolhe os programas que irão ser instalados, ou formatados. A maioria prefere os “piratas”.
Ao afirmar que as urnas eletrônicas dos Estados Unidos, Colômbia e Brasil são “inauditáveis”, Maduro só esqueceu que nos Estados Unidos o eleitor vota na máquina e é obrigatório o voto também na chapa (papel). A briga de Trump foi a coleta dos votos feita pelos correios. Datas das postagens e recebimentos. Não sabemos sobre a Colômbia. Mas, no Brasil, inexiste qualquer tipo de conferência que sirva como contraprova: extrato impresso (precário) ou voto no papel, o único confiável.
Envergonhados, ministros das Cortes Superiores de Justiça e Eleitoral sequer protestaram, ou publicaram nota cobrando de Nicolás Maduro maiores esclarecimentos sobre seu pronunciamento. A reação foi suspender a viagem de dois representantes do TSE, que atuariam como observadores. Porém, Celso Amorim, o “Manda Chuva” do Itamaraty, não se sabe a mando de quem – nem quem está representando – desembarcou ontem em Caracas e foi recebido pelo Ministro das Relações Exteriores. Só ele teve este privilégio. O espaço aéreo e todas as fronteiras da Venezuela já estavam fechados, sob protestos de observadores do Panamá e outros países que pretendiam chegar a Caracas. Celso Amorim não marcou a data do seu retorno.
Quem diz o que quer, escuta o que não quer. Lula defendendo a vinda de Maduro ao Brasil – e garantindo que aqui ele não seria preso – criou até a inusitada figura da “democracia relativa”.
Pôs tapete vermelho, ofereceu jantar no Itamaraty, evento boicotado pelos outros presidentes convidados. Na sua velha tática de falar para conveniência de cada plateia, escorregou e censurou Maduro sobre o “banho de sangue”. Em seguida, proferiu “quem ganhar leva, e quem perder deve aceitar”. Maduro indignado sentiu-se traído e tomou para si dores de Trump e Bolsonaro: logo tu Lula!?