

Júnior Gurgel
Jornalista político, memorialista e Ghost writer. Ex- diretor de Jornais e Emissoras de Rádio na Paraíba, com atuações no Radiojornalismo.
LULA OFERECE O BRASIL A CHINA E CLASSIFICA AS MULHERES
Publicado em 15 de maio de 2025Ao tentar salvar a primeira dama Janja de um vexame diplomático ocorrido na China, o presidente Lula terminou fazendo um estrago maior. A emenda saiu pior que o soneto. Seria mais prudente silenciar sobre o infausto incidente, explorado nas redes sociais num formato de “chacota”. Em 48 horas, cairia no esquecimento. Entretanto, ao conceder uma entrevista coletiva – antes de embarcar de volta para o Brasil – Lula ao invés de fazer um balanço e mostrar o êxito de sua empreitada descrevendo dados, números e prazos para chegarem em terras guaranis os bilionários investimentos anunciados por sua assessoria, “pisou na bola”. Perdeu o único e precioso momento de “sair das cordas”, ficar no centro do ringue e mostrar a plateia que ainda tinha fôlego, descartando um “nocaute” antes do último round.
Com um semblante de desconforto, não escondendo sua irritação, estranhou como o fato havia vazado para a imprensa, se no ambiente só estavam seus ministros e a comitiva chinesa. “Se alguém está insatisfeito, peça para sair e deixar a casa” (governo). Na boca miúda de Brasília, o mexerico partiu do ministro Rui Costa. Existe uma “turma” da ala petista “sulista” que atribui ao baiano Rui Costa o baixo desempenho de Gleisi Hoffmann, que até o presente, não conseguiu justificar sua nomeação. Pelo contrário, a direita, centrão e setores das esquerdas juntaram-se, e em dois episódios derrotaram o governo. O caso do deputado federal Alexandre Ramagem – conseguiram apenas 143 votos contra – e assinaturas na CPMI da Fraude do INSS. Fazendo uma analogia ao futebol, na partida de estreia Gleisi tomou dois “frangos” (gols). Acusam Rui Costa – que já está sendo “fritado” – de boicotá-la.
Usando o improviso, Lula mentiu pelo menos duas vezes. Disse que o ambiente era descontraído (?). Esqueceu que no início de sua fala citou que só estavam presentes seus ministros. Nenhum empresário, a mídia, nem outro membro de sua gigante comitiva estavam no local. Chamando para si a culpa, justificou que a pergunta tinha sido feita por ele, Janja apenas completou. Mas, a versão que chegou à mídia foi outra. Janja interrompeu o pronunciamento do ditador Xi-Jinping, e pediu sua intervenção para controlar o aplicativo TIK-TOK no Brasil, segundo ela, literalmente ocupado pela direita. O ditador não parou, e ela insistiu três vezes, até irritá-lo. Ele pediu que ela ficasse calada, e sua esposa ao lado de Janja fez o mesmo.
Na versão de Lula, sua intervenção foi para pedir a Xi-Jinping que enviasse para o Brasil uma pessoa de sua confiança, para regulamentar as redes sociais (?). Ele quis dizer “programar”. Enlouqueceu! Se ele realmente cometeu este desatino, nos entregou à China. Comprometeu nossa soberania e a segurança nacional. Com o uso da Inteligência Artificial, em poucos anos estaríamos totalmente dominados. Nossos sucessores – crianças de hoje – seriam facilmente doutrinados, através dos aplicativos dos smartphones.
Alongando-se na malfadada defesa de Janja, Lula não mediu palavras e atingiu em cheio suas fiéis eleitoras, seguidoras feministas: “Janja não é uma mulher de segunda classe”. Então qual o sentido do Ministério da Mulher? Onde existem classes, não há igualdade. Quem são – na visão do governo – as mulheres de segunda e terceira classe? E por que só Janja está na primeira categoria? Como Lula é um ator, talvez todo este enredo tenha sido montado por seu “Marqueteiro”, para desviar o foco do escândalo do INSS, que pelo andar da carruagem seu destino final será o Palácio do Planalto. Já esqueceram a “Anistia Já”, com a “mãozinha” dada pelo STF nos casos de Ramagem e Carla Zambelli. Veio o rombo do INSS, agora Janja. Se o Parlamento não priorizar suas ações, pondo em ordem sequencial o debate, em 60 dias arrefece o ânimo da opinião pública. Fica tudo muito misturado, discursos para todos os lados, e rota de fuga para o governo.