Júnior Gurgel
Jornalista político, memorialista e Ghost writer. Ex- diretor de Jornais e Emissoras de Rádio na Paraíba, com atuações no Radiojornalismo.
LULA AFASTA PT DO GOVERNO
Publicado em 19 de agosto de 2023Nas guerras, o Exército de combate nunca foi o mesmo de ocupação. O resultado do pleito de 2022, apurado pelo TSE, diplomou Lula como vitorioso. Porém, não convenceu a maioria do eleitorado brasileiro, que esteve por setenta dias consecutivos em frente aos quartéis, paralisou rodovias e marchou para ocupar pacificamente a Praça dos Três Poderes. Um ato democrático, desafiando um fato doloso consumado.
O Poder Judiciário jamais iria recuar e admitir o erro de ter precipitadamente escolhido um candidato e partidarizar-se. Não se trata de suposições, mas de uma triste realidade, que maculou a imagem do STF, constatado nos atos subsequentes, através das declarações do Ministro Barroso, quando pôs de joelho a Câmara dos Deputados impedindo a adoção do voto impresso e comentar com ironia “carioca” nos corredores do Congresso Nacional: “eleições não se ganha, se toma”.
Após diplomação de Lula, participando de encontro nos Estados Unidos, Luís Roberto Barroso – que presidirá o STF a partir do mês vindouro (setembro 2023) – furioso se dirigiu a um cidadão, que cobrava insistentemente a recontagem dos votos: “não amola, perdeu mané”. Como se não bastasse todos estes absurdos, presentes num evento da UNE (recentemente) exibindo sua vaidade acerada, comprometeu toda a Suprema Corte do Brasil, com confissão extravagante – ao lado do Ministro da Justiça – “nós derrotamos o Bolsonarismo”.
Sua arrogância culminou numa grande vaia. Ironicamente foi apupado no maior e mais tradicional centro doutrinador das esquerdas socialistas progressistas, a UNE, que abominou sua soberba e presunçosa arrogância, reagindo a sua postura de títere, ao se autoproclamar como senhor dos destinos da Nação. Tamanha ousadia não tem registro na história das autocracias, protagonizada por ferrenhos ditadores.
O governo Lula III foi instalado dentro de uma moldura anacrônica, distante da realidade do mundo globalizado, ignorando o grande capital transnacional. A fuga de capitais – mesmo especulativos – da Bolsa de Valores deixa a economia interna vulnerável e dependente de acontecimentos externos, capaz de posicionar o Brasil como mercado confiante e destino dos grandes investidores.
O Congresso Nacional tem se alinhado aos inquilinos da Av. Brigadeiro Faria Lima, que rejeita a figura de Haddad no comando da economia do País. Dos 100 maiores investidores, 98 não confiam em Lula e Haddad. A secular frase de Samuel Rothschild permanece viva e imortal: “Dê-me as Leis Econômicas de um País e pouco importa quem o governe”.
Presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira cobra Reforma Administrativa, imprescindível para gerar credibilidade do Arcabouço Fiscal, por ele aprovado. Tem sentido, não existe a árvore do dinheiro. A Reforma Tributária caminha na mesma direção da discussão do sexo dos Anjos pela Igreja. Seis séculos para chegar a simples conclusão que Anjos – contrariando a criação – são seres divinos que não acasalam e não se reproduzem.
Em rota de fuga e tentando escapar do pior, Lula procura ocupar o espaço do “meio”, dando as costas ao PT. Todavia, ainda é pouco. A exigência do Congresso é o centro, e mais à direita, para garantir a conclusão de seu mandato. Terá que entregar os principais Ministérios ao Centrão e descartar todas as promessas de campanha, especialmente as pautas de costumes, revisão da Reforma Trabalhista, Previdenciária, desestatizações… Tornar-se-á com o tempo mais Liberal que Bolsonaro. “Em tempos de pouca farinha, primeiro o meu pirão”.