Valberto José

Jornalista, habilitado pelo curso de Comunicação Social da Universidade Regional do Nordeste (URNE), hoje UEPB. Colunista esportivo da Gazeta do Sertão e d’A Palavra, passou pelo Diário da Borborema e Jornal da Paraíba; foi comerciante do setor de carnes, fazendo uma pausa de 18 anos no jornalismo.

Limitação de público nos estádios

Publicado em 15 de abril de 2024

Limitar a presença de 20 mil torcedores no jogo decisivo do certame estadual deste ano é um retrocesso de meio século, quando se sabe que os estádios foram projetados com capacidade de comportar um público pagante de 45 mil expectadores. A construção do “Almeidão” e do “Amigão” teve início em 1974 e em março de 75 foram inaugurados; nas décadas de 70, 80 e 90, quando quase não existia a concorrência televisiva, chegaram perto de atingir essa lotação.

Acho estranho, esse retrocesso. E difícil de aceitar por quem presenciou, como eu, um Treze x Flamengo superar 42 mil torcedores pagantes. A decisão do campeonato paraibano de 1998 – Botafogo 2 x 0 Campinense – contou com um público ainda recorde de exatos 44.268 pessoas, conforme os registros históricos. Lembro de jogos com público de mais de 30 mil torcedores, mas que, na realidade, esse número não correspondia à lotação visível no estádio, suscitando a sensação de que a renda fora surrupiada.

As populações de João Pessoa e Campina Grande, conforme o censo de 1970, eram respectivamente de 221.546 e 195.303 habitantes. A considerar esses números, os estádios foram projetados para abrigar pouco mais de 20% dos moradores da capital e em torno de 23% dos domiciliados na terra de Bióca, o homem que trouxe a primeira bola de futebol para nossa cidade.

Observando a capacidade projetada, esse índice cai hoje para 5,5% no “Almeidão” e pouco mais de 10% no “Amigão”. Na decisão entre Botafogo e Sousa, após muita pressão, foi liberado um público de 20 mil torcedores, número que fica em torno de 2,4% da população pessoense – 933.932 habitantes, constada pela operação censitária de 2022 do IBGE.

A insegurança reinante nos dias de hoje motiva essa contradição numérica. Conversei com um oficial da Polícia Militar, especializado em segurança de grandes eventos, que confirmou a limitação de torcedores nos estádios obedecer a uma lei. Conforme a lei, que não tive acesso, apesar das tentativas, praça esportiva com público superior a nove mil torcedores terá que ter um sistema de câmeras de monitoramento.

Implantar esse sistema, disse o militar, exige um investimento muito alto, enquanto são poucos os jogos chamativos de grande público programados durante o ano. Sem enxergar compensação financeira na empreitada, o governo prefere investir no efetivo humano, caso a partida desperte maior interesse da massa torcedora, mesmo que limite a presença de público. Ah, tá!

QUINDÊNIO SOUSENSE

Pela cronologia de suas conquistas estaduais, o Sousa está sentenciado a somente comemorar outro título em 2039. O primeiro campeonato do Dinossauro foi 1994, o segundo aconteceu em 2009 e o terceiro, agora em 2024. Espaço de 15 anos, portanto, de uma conquista a outra. Tem sido fiel ao seu torcedor no pagamento desse quindênio esportivo.

MUNDO RUBRO-NEGRO

Na leitura diária que faço do UOL, me deparei com a coluna Arte Fora do Museu e o título “O Lênin do fim mundo” a me instigar. Logo me lembrei do Campinense, sua crise momentânea e os desafios que tem o presidente Lênin Correia até concluir seu mandato, se até lá suportar a pressão. Aí me veio à mente a manchete vaticinadora: O Lênin do fim do mundo rubro-negro.

VAGÃO ALVINEGRO

O Treze contratou Waguinho como treinador, pensando numa vaguinha na segunda fase da Série do Campeonato Brasileiro. Mas, para que o sonho se torne realidade, tem que trazer, também, um vagão de bons jogadores.