Líderes da MEI debatem políticas orientadas por missões para o avanço do país
Publicado em 5 de setembro de 2023Reunião na CNI em SP reuniu empresários e representantes do governo federal para debater e compartilhar visões e prioridades para a adoção de política de CT&I orientada por missões
Empresários integrantes da Mobilização Empresarial pela Inovação (MEI) e representantes do governo debateram nesta sexta-feira (1º), em São Paulo, contribuições para a construção de uma política industrial orientada por missões para a retomada do crescimento do país. Coordenada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), a MEI reúne lideranças das principais empresas com atuação no país.
O coordenador da MEI, Pedro Wongtschowski, alertou que o modelo de políticas orientadas por missões é cada vez mais adotado por governos e tem incentivado o engajamento de empresas e representantes da sociedade civil em todo o mundo na Busca por soluções para os desafios da sociedade, como a mudança climática e transformação digital.
“A troca de experiência gera oportunidade para compartilhamento de visões entre lideranças do setor empresarial e do governo, contribuindo para maior efetividade das políticas públicas de ciência, tecnologia e inovação (CT&I), e até mesmo promovendo maior alinhamento entre estratégias corporativas e missões definidas para o país”, destacou Wongtschowski, durante o encontro.
Ele acrescentou que esse modelo de missões ganhou força por oferecer uma abordagem que integra a capacidade de financiamento e coordenação do governo com o empreendedorismo das indústrias. No Brasil, o atual governo adotou o modelo para orientar as ações de diferentes pastas do Poder Executivo.
Missões da indústria brasileira
O Plano de Retomada da Indústria, elaborado pela CNI, definiu quatro missões de política industrial para a retomada do crescimento: descarbonização da economia; transformação digital; saúde e segurança sanitária; e defesa e segurança nacional. A MEI, contribuindo com essa discussão, destacou como prioridade a adoção de missões ligadas à ecoinovação, principalmente à descarbonização da economia.
Presente à reunião, a secretária-executiva do Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial (CNDI), Verena Barros, enumerou as missões que o grupo elegeu como foco para uma nova política industrial voltada para atender às demandas sociedade. Entre elas se destaca-se a missão de orientar cadeias agroindustriais e digitais destinadas à segurança alimentar, nutricional e energética (veja no fim do texto todas as missões do CNDI).
O diretor de Inovação do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), José Luís Gordon, ressaltou a relevância das missões para o desenvolvimento ambiental e social do país, a partir de três eixos: o novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC); a transição ecológica; e a política industrial. “O governo tem se planejado para que essas grandes missões de país sejam prioridade”, enfatizou.
O presidente da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), Celso Pansera, pontuou, por sua vez, que o governo federal desenhou bases fortes que permitirão, na avaliação dele, que o país avance no caminho das missões de política industrial. Para ele, chegou a hora de o Brasil reduzir a distância de ser a 11ª economia do mundo, mas apenas o 54º lugar no Índice Global de Inovação. “Temos que recuperar o tempo que perdemos para alcançar países que despontaram como a China, a Coreia do Sul e a Índia”, destacou Pansera.
Já o secretário-executivo do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável (CDESS), Paulo Henrique Pereira, pediu contribuições da indústria para que a agenda do chamado Conselhão avance a partir de propostas do segmento.
A reunião contou com a presença de líderes da MEI, que representaram algumas das principais indústrias do país, como Laércio Cosentino (Totvs), Bernardo Gradin (GranBio), Horácio Piva (Klabin), Daniel Moczydlower (Embraer X), Antônio Queiroz (Braskem), entre outros.
Missões do Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial (CNDI):
- Cadeias agroindustriais sustentáveis e digitais para a segurança alimentar, nutricional e energética
- Complexo econômico industrial da saúde resiliente para reduzir as vulnerabilidades do SUS e ampliar o acesso a saúde no país
- Infraestrutura, saneamento, moradia e mobilidade sustentáveis para a integração produtiva e o bem-estar nas cidades
- Transformação digital da indústria para ampliar a produtividade
- Bioeconomia, descarbonização, e transição e segurança energéticas para garantir os recursos para as futuras gerações
- Tecnologias de interesse para a soberania e a defesa nacionais
Fonte: Assessoria