LENILDO FERREIRA: “Que lealdade infinita e unilateral é essa que a família Cunha Lima exige de Romero?
Publicado em 19 de outubro de 2023Do pouco contato que tive, sempre considerei Ronaldo Cunha Lima Filho uma figura do tipo gente boa. Quando vice-prefeito, mostrava-se de bom trato e cumpriu seu mister.
Inteligente e arguto, porém, Ronaldo peca por uma coisa ou outra: ceder ao mero familismo e as conveniências pessoais do poder ou aceitar ser chamado ao governo somente para tentar estancar uma crise que já desgastava o parente-prefeito no próprio seio familiar. Qualquer das hipóteses é lamentável.
Ronaldinho, em entrevista nesta quinta-feira, mostrou claramente que nem vive em Campina e tampouco vive Campina ao exaltar a suposta multidão de obras do governo Bruno, mas esquecendo que a gestão vai para o último ano e só agora começa a indicar o início de tais ações.
Esse é o primeiro ponto.
O outro, que chama a atenção, é Ronaldo evocar a eterna exigência dos Cunha Lima a uma lealdade total, plena e unilateral de Romero Rodrigues às imposições da família, uma intimação que se repete a cada véspera de eleição.
Pior, faz mal à imagem de Romero porque fidelidade nos termos exigidos é, na verdade, subserviência.
Conforme ponderado em outro artigo, Bruno ignorou Romero desde passada a eleição de 2020. Não deu andamento às obras que o antecessor deixou encaminhadas.
Uniu-se a adversários de Romero sem pedir a opinião do aliado. Sem falar nas agruras que Romero enfrentou no pleito de 2022. Mas é exigido que Romero seja leal.
Na senda das hipóteses quanto a esse posicionamento de Ronaldinho, resta o questionamento se ele percebe com clareza por que foi convocado somente agora pelo primo.
Agora, quando o desgaste sem precedentes da gestão já repercute no núcleo cunhalimista, que vê o legado da família em Campina ser atingido pela problemática condução de Bruno.
Em resposta, o prefeito convoca Ronaldinho para tentar aplacar as preocupações do núcleo familiar. Apenas e tão somente por isso.
Todo mundo percebe. Resta saber se Ronaldinho também percebe.
E se, percebendo, aceita o papel de ser secretário de Cultura para defender a velha cultura de que um governo é bom apenas pelo sobrenome que carrega.
Fonte: Assessoria