Emir Gurjão

Pós graduado em Engenharia Nuclear; ex-professor da Universidade Federal de Campina Grande; Secretário de Ciências, Tecnologia e inovação de Campina Grande; ex-secretário adjunto da Representação do Governo da Paraíba, em Campina Grande; ex-conselheiro de Educação do Estado da Paraíba.

Leão XIV: A Lógica da Fé no Comando da Igreja Católica o novo papa Robert Francis Prevost, com o nome de Leão XIV

Publicado em 9 de maio de 2025

Com estudos em Matemática e Ciências da Computação, pouco comum entre pontífices, fornece não apenas uma base lógica sólida, mas também uma capacidade analítica diferenciada – essencial em tempos de transformações tecnológicas e morais.

Matemática e Computação não formam apenas técnicos: elas moldam mentes voltadas para a clareza, a estrutura e a busca da verdade. Isso é decisivo para um Papa que, diante dos modismos ideológicos ou pressões externas, precisa avaliar com isenção e discernimento. Leão XIV não deve ceder a tendências superficiais que mudam ao sabor da cultura ou das redes sociais. Sua mente treinada para a lógica formal o capacita a enxergar padrões, consequências e estruturas de pensamento — qualidades cruciais para guiar a fé em um mundo de narrativas instáveis.

Com capacidade de dialogar tecnicamente com a revolução da inteligência artificial, tema cada vez mais presente nas reflexões éticas e espirituais. Ele entende a lógica algorítmica que molda os sistemas, o funcionamento das redes neurais artificiais e os dilemas morais que emergem disso. Isso o torna especialmente apto para liderar uma discussão profunda entre fé e tecnologia, sem medo ou ignorância.

Leão XIV foi Prior-Geral ( “Um presidente Mundial”)da Ordem Agostiniana por 12 anos. Essa tradição valoriza a reflexão, o estudo, o diálogo e a vivência da fé em comunidade. O novo Papa não é um solitário teórico, mas um homem forjado na convivência com outros irmãos, na escuta e na humildade da busca pela verdade em grupo.

Agostinho ensinava que a verdade não se impõe pela força, mas é descoberta pelo amor e pela razão. Essa influência o torna um construtor de pontes.

Leão XIV carrega também uma visão política clara e realista. Ele sabe que o Estado é necessário, mas não é absoluto. Como ensinava Santo Agostinho:

“Onde não há justiça, não há república, não há Estado verdadeiro.”

Com isso, o novo Papa deixa claro que governos que se sustentam em mentiras, opressões ou injustiças, ainda que eleitos, não possuem legitimidade moral diante da visão cristã.

O “Presidente” que conhece bem seus bispos
Leão XIV foi Prefeito do Dicastério para os Bispos, uma espécie de “ministro de recursos humanos da Igreja”. Nesse cargo, conheceu de perto o perfil, os desafios e até as falhas do episcopado mundial. Essa experiência o torna não apenas um conhecedor das estruturas da Igreja, mas um líder que sabe quem são seus soldados, seus generais e suas fraquezas.

Essa é uma vantagem imensa: diferente de Papas que chegam ao comando sem conhecer as engrenagens internas, Leão XIV assume como presidente alguém que já conhecia a empresa por dentro. E não uma empresa qualquer: a mais antiga, ampla e influente instituição do mundo ocidental.

O Papa Leão XIV representa um novo tempo para a Igreja: Ele une o rigor de um matemático, a profundidade de um agostiniano e a experiência de um administrador que conhece bem seu povo. Em tempos de incerteza, sua eleição traz uma mensagem clara: a verdade não é fruto da maioria, mas da razão iluminada pela fé.

Escrito por Emir Candeia Gurjão, as 16:24 horas do dia 08 de Maio de 2015. Escrito após ler a biografia do hoje papa Leão XIV e ainda um artigo publicado no New York Times.