Valberto José

Jornalista, habilitado pelo curso de Comunicação Social da Universidade Regional do Nordeste (URNE), hoje UEPB. Colunista esportivo da Gazeta do Sertão e d’A Palavra, passou pelo Diário da Borborema e Jornal da Paraíba; foi comerciante do setor de carnes, fazendo uma pausa de 18 anos no jornalismo.

Lacerda e Marinês no Açude Velho sob as bênçãos de São Vicente de Paulo

Publicado em 8 de dezembro de 2024

Não seria desinteressante circular o Açude Velho admirando, artisticamente, Luiz Gonzaga e Jackson do Pandeiro de um lado e Genival Lacerda e Marinês do outro. Foi recepcionando o amigo Jurandy França, paraibano de Arara com atuação advocatícia em São Paulo, em janeiro deste ano, que me veio a ideia repentina de reunir os quatros artistas nordestinos no entorno do nosso principal cartão postal.

Certamente foi uma consequência de minha descontração momentânea com o amigo de quatro décadas. Havíamos passeado por outros locais da cidade e, pretensiosamente, parei o carro nas proximidades do Museu dos Três Pandeiros. Como ainda estava fechado, saímos em lenta caminhada pela calçada e, atravessando a rua, nos dirigimos em direção ao monumento Farra da Bodega.

No retorno à calçada, o amigo comentava sobre a beleza das garças e logo avistou o vazio que ficou no lado oposto do açude, sem os prédios do antigo clube universitário e o que abrigava a sede da ACI. Contei-lhe que é área da UFCG, foi o local do Natal Iluminado em dezembro e que a universidade projeta a edificação de outro CEU, agora sigla do Complexo de Extensão Universitária, que teria outras finalidades.

Não especifiquei detalhes do projeto, que reserva espaço do Museu Digital da UFCG, livraria da instituição, salas multiuso, auditório, ambientes para a TV e rádio universitárias, etc. “Do jeito que tem o monumento com Luiz Gonzaga e Jackson do Pandeiro aqui, seria bom que erigisse outro lá de Genival Lacerda e Marinês”, disse-lhe, de supetão. “Fantástico”, reagiu Jurandy.

Disse ao amigo que isso seria tema de uma coluna, brevemente, mas saí adiando, adiando, achando que seria bom no período de São João, e nada. O certo é que quando deixei Jurandy na rodoviária e ele viajou para curtir o restante das férias em Arara, me tomou um sentimento de que a ideia foi um momento de devaneio. “Que ideia absurda. Quem se interessaria por isso”, me perguntei. “Mas que seria interessante, seria”, me recobrei.

Agora em novembro, vi no Face que o mês marcaria os 90 anos de nascimento de Marinês, o que me reanimou a escrever o texto, mas estranhei o silêncio sobre a data. Pesquisando, achei um registro de que ela nascera em 1934, outro em1935.

Ficou a dúvida e a determinação de escrever a coluna, mas como vinha empenhado na série sobre a novena de Bodocongó, deixei para este mês. Antes que eu digitasse algumas linhas sobre o assunto, Marcos Marinho sugere na sua coluna um busto de Ivandro Cunha Lima.

Via WhatsApp, enviei-lhe esta mensagem: “Coincidência, estava pensando escrever a coluna desta semana sugerindo um monumento de Genival Lacerda e Marinês onde era a sede da ACI e o CÉU. Ficaria Jackson e Gonzaga de um lado, Genival e Marinês do outro”. “Bem pensado”, concordou o amigo, aliviando o sentimento de que estava em devaneio.