Júnior Gurgel

Jornalista político, memorialista e Ghost writer. Ex- diretor de Jornais e Emissoras de Rádio na Paraíba, com atuações no Radiojornalismo.

JOÃO E A RASTEIRA PERIGOSA PARA DESEQUILIBRAR ADRIANO

Publicado em 16 de janeiro de 2025

Todos os tentames do presidente da ALPB Adriano Galdino para demonstrar sua lealdade “canina” ao governador João Azevedo, defendendo com entusiasmo sua gestão, se portando ao longo do tempo como principal “engenheiro político” – com a mão na massa – construindo um projeto para transformá-lo no grande líder da Paraíba, foram investidas em vão, frustrantes e ilusórias, de um sonho alimentado apenas por ele, porém desprezados por João e seu minúsculo “séquito”, que governa o Estado.

Por que João Azevedo não conquistou a confiança do senador Veneziano Vital do Rêgo – seu aliado de 2018 – na campanha de 2022, sentado ao lado da mãe, ocupando duas vagas no Senado? A chapa estava montada. Nilda Gondim seria a vice de João e sentaria na cadeira onde seu saudoso pai Pedro Gondim esteve por duas vezes governando a Paraíba. Veneziano não confiou em João. Partiu para seu projeto “solo” recebendo o apoio inesperado de Ricardo Coutinho, o “criador” da “criatura” João.

Desprezados e ignorados por Veneziano, as eminências pardas que governam de fato – filtram e permitem apenas ao governador “de direito” – assinar atos protocolares, partiram para atrair o ex-prefeito de Campina Grande, Romero Rodrigues. Coitado… Foi vítima de um exaustivo assédio. Cortejado, importunado durante quatro meses ininterruptos, tiraram sua paz. Romero também não aceitou.

Inconformados, e no propósito de imobilizarem Romero, rachar os Cunha Lima, evitando a candidatura de Pedro, surgiu a ideia de indicar o genro de seu tio (Fernando Catão TCE) seu melhor amigo, o deputado estadual Tovar Cunha Lima. A proposta além de tentadora, na visão dos que desconhecem os bastidores do poder, era irrecusável. A pergunta que não calava e especulava: por que as principais lideranças do Estado se afastam de João Azevedo? Veneziano e Nilda, Romero e Tovar, queimam uma oportunidade de assumirem o governo do Estado em 2026 e, na cadeira, com poder de caneta, disputarem uma reeleição?

O pragmático oportunista Aguinaldo Ribeiro – vendeu o que não dispunha na prateleira. Emplacou seu sobrinho, vice-prefeito de Bruno Cunha Lima, Lucas Ribeiro. Filho da senadora Daniella Ribeiro, neto predileto do ex-prefeito e ex-vice-prefeito de Romero, Enivaldo Ribeiro. Porém, para surpresa de Campina Grande, Lucas havia sido derrotado para vereador em 2016. Ironicamente, foi o indicado para abalar as estruturas dos Cunha Lima em Campina Grande (?). Como?

Pouco importando a pecha de traidores – o clã Ribeiro atropelou o presidente da ALPB Adriano Galdino – já consignado como vice de João (2022) pelo Republicanos, porém, indesejado pelo núcleo “socialista”, a partir de Pollyanna Dutra – na época e ainda hoje uma das principais e mais influentes “conselheiras” de João Azevedo – em decisões políticas, com posições e apoio irrestritos, endossadas por Ronaldo Guerra e Nonato Bandeira. O triunvirato que hoje governa a Paraíba. Palavras e promessas de João Azevedo – sem o carimbo do “triunvirato”, tem a duração de um risco na água.

Agindo como jogador de “pôquer” – vence sempre quem melhor “blefa” – Aguinaldo Ribeiro, para tirar Adriano Galdino da disputa como vice, ameaçou sua postulação ao Senado. Perderam os Republicanos, por sua lealdade. Se tivessem adotado comportamento semelhante ao de Aguinaldo, João não teria alcançado o segundo turno. Como fiel da balança, o Republicanos teria elegido Pedro, Veneziano ou Nilvan. E se fosse Pedro, seria eleito no primeiro turno.

Adriano Galdino e Veneziano Vital do Rêgo já estão em campanha há dois anos. O objetivo do “triunvirato” palaciano é “rachar” o Republicanos e isolar Adriano. Querem desencorajá-lo agora, para ganharem tempo emplacando o nome que represente a sobrevivência política de um núcleo que não dispõe de votos. O teste precipitado foi feito. Adriano irá desistir? Muito difícil. Tem arsenal capaz de explodir o Palácio da Redenção, sem deixar pedra sobre pedra. Um exemplo? Desarquive ou permita a instalação de uma nova CPI do Padre Zé! O governo não teme ser engessado?