Júnior Gurgel
Jornalista político, memorialista e Ghost writer. Ex- diretor de Jornais e Emissoras de Rádio na Paraíba, com atuações no Radiojornalismo.
JOÃO COMEÇA A PERDER O EQUILÍBRIO
Publicado em 26 de outubro de 2022Neste espaço, postamos há sete dias (19/10/2022) comentários sobre as pesquisas que apontavam João Azevedo à frente de Pedro Cunha Lima com uma vantagem de 10%. Estes índices não nos trouxeram nenhuma surpresa, pois dezessete dias antes – véspera do primeiro turno (01/10/2022) – o professor Pedro Cezar Coelho, utilizando o seu “Modelo Coelho”, previu o início do segundo turno (votos válidos): João Azevedo (55,9) à frente de Pedro (44,1), os mesmos números de 18 dias depois.
O “Método Coelho” já previa crescimento natural de Pedro na ordem de 6%. No dia seguinte (eleição) Pedro alcançou 23% e João 39%, diferença de 16%. Enfadada da peleja, a equipe de João Azevedo “adormeceu sob os Louros da vitória”. Subestimou a capacidade dos adversários superarem suas diferenças, e se unirem todos contra ele. Como citou Vargas (1950) justificando sua união com Luís Carlos Prestes, “em política não existem amigos inseparáveis, nem inimigos irreconciliáveis, tudo é possível”.
O apoio de Veneziano Vital do Rêgo a Pedro Cunha Lima – nos primeiros cinco dias da campanha do segundo turno – foi uma bomba, cujos impactos não foram calculados pela campanha de João. Ignoraram uma “reação em cadeia”. Sérgio Queiroz e Cabo Gilberto chegaram para somar. Dos 26 prefeitos que apoiaram Veneziano, uma semana depois, 24 o seguiram, ampliando a campanha de Pedro que começou a crescer verticalmente, alterando o quadro em todas as regiões do Estado.
Outras adesões foram surgindo, com a vinda de prefeitos puxadas pelos deputados estaduais eleitos e derrotados. As pesquisas estão se atrasando e não registrando a importância dos fatos instantâneos, que ocorrem no cotidiano. Pequenos eventos, que somam e se multiplicam. O “Tracking” – traduzindo para o Português, significa “monitoramento ou rastreamento” – é uma nova “ferramenta” que faz parte de metodologia inovadoras. Assemelha-se ao Sismógrafo, identificando “abalos sísmicos” no campo eleitoral, após cada movimento de adesão ou defecção.
O último “Tracking” que tivemos (22.10.2022) apresentou empate numérico. João Azevedo 46%, Pedro Cunha Lima 45%, não sabem ou não responderam 7%, nenhum 2%. Um avanço na margem de erro (2.8%) favorável a qualquer um dos concorrentes, aplicados em 2,2 milhões de votos – considerando o mesmo número de votantes no primeiro turno – representa uma vitória de 61 mil votos.
Para a campanha de Pedro, era chegado o momento da ousadia. Criar fatos novos, tirar votos e apoio de João Azevedo. Logo no domingo, Campina Grande não conseguiu acreditar no que viu: Cássio se abraçando com Veneziano, Pedro Com Ana Cláudia, Senadora Nilda Gondim em caminhada ao lado de todos, revivendo o distante 1968, quando Ronaldo e Vital se uniram para derrotar o imbatível Severino Cabral. O Amigo Alfredo Lucas, testemunha ocular da história, nos lembrou ontem o famoso comício da união das bandeiras, em frente ao Colégio Alfredo Dantas.
Na segunda-feira, defecção de peso na campanha de João Azevedo, com a adesão do deputado estadual eleito Dr. Eduardo Brito, confirmada ontem. Seguindo Eduardo Brito, Dr. Erik e sua esposa Germana (MDB-Patos), causaram um estrago grande na votação de João na Capital do Sol. Prefeitos de Barra de Santana, Mulungu, ex-deputado Antônio Mineral, mais dois municípios na região de Mamanguape… Diariamente está saindo um aliado de João, e engrossando as fileiras de Pedro. Ainda restam três dias. Mas, a velocidade de mobilização de Pedro deixa na poeira a equipe de João Azevedo: Ayrton Senna x Rubinho Barrichello.