Júnior Gurgel

Jornalista político, memorialista e Ghost writer. Ex- diretor de Jornais e Emissoras de Rádio na Paraíba, com atuações no Radiojornalismo.

JOÃO AZEVEDO E CÁSSIO SE APROXIMAM DO ACORDÃO

Publicado em 14 de julho de 2022

O PSB pretende realizar sua convenção no dia 05.08.2022, aos 45 minutos da prorrogação. Qual a razão? Esperando a difícil costura que está sendo cuidadosamente alinhavada nos bastidores por interlocutores de Cássio Cunha Lima e João Azevedo. Depois da “rasteira” que levou de Veneziano Vital do Rêgo a coordenação política que conduz o projeto da reeleição do governador reconheceu que seria imprescindível uma junção de forças com os Cunha Lima, para vencerem o pleito em primeiro turno.

O primeiro passo foi procurar Romero Rodrigues – que esteve como pré-candidato a vice por algumas semanas – e sem explicações gravou um vídeo de curta duração comunicando apenas sua desistência da empreitada. Hoje percebe-se que foi um ato de grandeza de sua parte, para não dividir o Clã. Cássio, que continua no comando como “Eminência Parda”, discordou de sua atitude. Em seguida, o próprio Cássio se furtou em participar do lançamento da pré-campanha do próprio filho ao governo (?).

Deputado Aguinaldo Ribeiro, que diuturnamente tem apregoado sua presença na chapa majoritária como o Senador de João, precipitou-se ao comprometer-se em resolver o problema, garantindo que levaria os Cunha Lima a apoiar ele e João. Até hoje o núcleo do projeto reeleição de João aguarda o agendamento deste encontro.

A maioria dos atuais conselheiros políticos do governador é a mesma que esteve ao lado dos Cunha Lima em 2010, quando Ricardo Coutinho derrotou Maranhão, com apoio de Cássio. O fato era considerado “impossível”. Ricardo Coutinho tinha sido o maior articulador da cassação do governador tucano, reeleito em 2006. Como se não bastasse, deixou suas digitais na cena do crime ao nomear imediatamente (como recompensa) Marcelo Weick para Procuradoria Geral do Município de João Pessoa.

Não se trata de “ilações”, são informações “privilegiadas”. O “acordão” pode até não se concretizar, mas os sinais são muito claros… Bruno Cunha Lima, no encerramento do Maior São João do Mundo, agradeceu ao governador João Azevedo pela estrutura de segurança oferecida pelo Estado. Não é por acaso que a bancada de sustentação de sua gestão na Casa Félix Araújo está migrando para apoiar João Azevedo, e Bruno finge não perceber. Esqueceu que seu primo é candidato?

O pragmatismo aponta para o “cofre” e o “poder de caneta”. Fechando com os Cunha Lima, fica difícil qualquer candidato derrotar o Governo do Estado, maioria da ALPB, Prefeituras de João Pessoa e Campina Grande. A dúvida é se Pedro é o vice, ou Romero sai Senador e Efraim vice. A eleição do filho de Cícero Lucena ficaria prontamente garantida. Rui Carneiro retornaria à Câmara. E na hipótese de Pedro ou Romero não figurarem na chapa majoritária, três vagas na Câmara estarão asseguradas.

Cássio poderá até deixar a vida pública. Mas não antes de uma desforra dando um “abraço de afogado” em Ricardo Coutinho, Veneziano Vital do Rêgo e Aguinaldo Ribeiro. Ele nunca os perdoará pela derrota de 2018, eleição perdida em uma semana, por falta de “estrutura financeira”. E se quiser continuar na vida pública, seria a segunda opção para o Senado, ao lado de João – caso seja reeleito – no pleito de 2026.