Impeachment de Alexandre Morais: Nikolas Ferreira mostra força da nova direita liberal conservadora

Publicado em 30 de setembro de 2024

Na reta final da maior eleição do país, o deputado federal Nikolas Ferreira (PL/MG) – mais votado do Brasil no pleito de 2022 – pediu uma trégua ao eleitorado mineiro e convocou uma manifestação popular realizada ontem (domingo 29/09/2024) em Belo Horizonte, lotando a Praça da Liberdade com dezenas de milhares de pessoas pedindo o impeachment do ministro Alexandre de Moraes (STF).

Com mais de 11 milhões de seguidores apenas no aplicativo Instagram, Nikolas está atrás apenas de Lula, com 13 milhões, e Bolsonaro com 25,8 milhões. O eco do seu grito foi ouvido no Rio de Janeiro, que levou também ontem milhares de pessoas à Av. Presidente Vargas. A juventude que pôs Bolsonaro no poder em 2018, não contente com o resultado do pleito de 2022, vem se consolidando e multiplicando-se rapidamente com o surgimento de outros líderes, como Gustavo Gayer, Carla Zambelli, Marcel Van Hatten e o fenômeno Pablo Marçal, candidato a prefeito de São Paulo, contra tudo e todos, sem tempo de rádio e TV e o único que não usa o Fundão eleitoral.

Após o pleito do próximo domingo as manifestações pelo impeachment de Alexandre de Moraes irão se intensificar, e dificilmente o Senado aguentará a pressão das ruas. Uma ampla campanha já circula nas redes sociais, pedindo ao eleitor de direita para não votar em candidatos a prefeito do PSD, pois seus doze senadores resistem em não assinarem o pedido de impeachment, que força o presidente do Senado a acatá-lo, se for subscrito por 41 membros da Casa Revisora do Congresso Nacional. Trinta e seis, com o olho em 2026 – temendo não renovarem seus mandatos – já se posicionaram favoráveis. A intenção do PSD é dominar o governo, e se impor no STF como salvador do “acordão”, para manter Moraes como “Xerifão”, algoz da direita Cristã Conservadora.

O bruxo Zé Dirceu, em sua última entrevista, aconselhou o PT abraçar o “centro”, na sua visão, partidos clientelistas como o MDB, PSD; PSDB; União Brasil… Reconhece que as esquerdas estão perdendo para o liberalismo global, e no Brasil não se renovaram. Aposta que a direita “rachará”, com novas lideranças como Pablo Marçal. É a única alternativa de sobrevida do velho comunismo, que por décadas se escondeu nos quadros do PT. Alternativas como PCdoB, PSOL, PCO, PSTU, todas fracassaram. Alguns trocaram o nome da legenda, ou de legenda. O PCB, hoje é Cidadania. Quase todo PCdoB migrou para o PSB, movimento encabeçado pelo hoje ministro do STF, Flávio Dino.

Dois fatos importantíssimos para a direita foram provocados há seis dias por Nikolas Ferreira e Pablo Marçal. Nikolas usou suas redes sociais para pedir a Bolsonaro que abandone a campanha de Ricardo Nunes em São Paulo, e apoiasse Pablo Marçal. A repercussão despertou o ex-presidente, quando percebeu que 85% dos seguidores de Nikolas concordaram com ele.

Pablo Marçal, entrevistado por Rodrigo Constantino, disse que tinha começado a apoiar nas redes sociais Alexandre Ramagem – candidato do Rio de Janeiro – do PL. Em apenas quatro dias, Ramagem saltou de 17% para 32%. E Eduardo Paes desceu de 59% para 38%. O candidato do PSOL chegou aos dois dígitos, segundo dados divulgados pelo Instituto Alas Intel. Bolsonaro recuou de gravar ao lado de Ricardo Nunes no primeiro turno, e correu para o Rio de Janeiro, para levar Ramagem ao segundo turno, com chances de derrotar Eduardo Paes, apoiado por Silas Malafaia, e quase toda a direita Bolsonarista, misturada com os partidos de centro-esquerda e grande parte dos petistas. Um jogo perigoso, que o comprometeria em 2026. Eduardo Paes, se reeleito, ficaria onde sempre esteve, ao lado de Lula.

Fonte: Da Redação (Por Júnior Gurgel)