Valberto José

Jornalista, habilitado pelo curso de Comunicação Social da Universidade Regional do Nordeste (URNE), hoje UEPB. Colunista esportivo da Gazeta do Sertão e d’A Palavra, passou pelo Diário da Borborema e Jornal da Paraíba; foi comerciante do setor de carnes, fazendo uma pausa de 18 anos no jornalismo.

Há 50 anos o “time de Zé Pinheiro” conquistava o tetracampeonato

Publicado em 12 de dezembro de 2024

Em 91 ou início de 92, assinei matéria especial no Diário da Borborema sobre a situação em que se encontravam, então, os jogadores que fizeram parte do chamado “Time de Zé Pinheiro”, como ficou marcado o Campinense tetracampeão da Paraíba nos anos de 1970. Quando li a matéria publicada, disse a mim mesmo: isto é um fenômeno. Neste 15 de dezembro, faz 50 anos dessa conquista.

O título veio após um pequeno susto, como frisa a revista Placar destacando os campeões estaduais de 1974. Com quatro turnos, a disputa da competição desenhava ser rubro-negra, e de forma invicta, pois o time conquistara as três fases iniciais, a terceira sem empatar um jogo e sequer tomar gol. No quarto turno, o time caiu de produção, e o Treze reagiu, surpreendendo com a conquista e adiando a festa raposeira.

Ninguém haveria de duvidar, no último turno, de um time cujas estatísticas mostravam sete vitórias e dois empates no primeiro, seis vitórias e dois empates no segundo, e cinco vitórias nos cinco jogos programados no terceiro. Nem o próprio Treze. Tanto, que se preparou de forma aplicada e surpreendeu ganhando o turno, quebrando, inclusive, a invencibilidade do rival, no dia 24 de novembro, em vitória de 1 a 0.

A perda do turno despertou a Raposa, que na sua escalação para o jogo decisivo sofreu uma mudança pontual. Na ponta direita, o técnico Zé Lima lançou o jogador Porto, que marcou época no futebol paraibano, sendo, depois, negociado para o Cruzeiro de Minas Gerais.

O Campinense foi tetracampeão vencendo o Treze, no estádio Presidente Vargas, no dia 15/12/1974, gols de Erasmo e Pedrinho Cangula, atuando com Olinto; Edvaldo, Paulinho, Deca e Agra; Vavá e Dão (Carlinhos); Porto, Pedrinho, Erasmo e Valnir. Desta escalação, apenas Erasmo não foi atleta formado na base do clube, daí vir o batismo de “Time do Zé Pinheiro”

As estatísticas da competição atestam a supremacia rubro-negra naquele ano. Em 27 jogos disputados, obteve 21 vitórias, empatou quatro e sofreu apenas duas derrotas – 1 x 0 Galo, 0 x 1 Botafogo/JP, ambas no quarto turno. Assinalou 46 gols e tomou 10. O título garantiu ao rubro-negro participação no Campeonato Brasileiro de 1975, constituindo-se no primeiro clube da Paraíba a disputar competição, desde sua nacionalização em 1971.