Júnior Gurgel

Jornalista político, memorialista e Ghost writer. Ex- diretor de Jornais e Emissoras de Rádio na Paraíba, com atuações no Radiojornalismo.

FÔLEGO PARA CHEGAR

Publicado em 23 de setembro de 2022

A pesquisa divulgada ontem (22.09.2022) sobre intenção de voto dos paraibanos, identificando o perfil e desempenho dos candidatos ao Governo do Estado e Senado Federal – dados colhidos pelo IPEC (antigo IBOPE) – está perfeitamente dentro do padrão das demais amostras já realizadas, com diferenças numéricas próximas a margem de erro e o índice de confiança (95%), mesmo com metodologias aplicadas de formas distintas.

O IPEC identificou com precisão a influência dos candidatos ao Senado – em chapas majoritárias – que podem ajudar ou comprometer o postulante ao Governo do Estado. Pedro Cunha Lima, que ora ocupa a segunda posição – dados do mesmo Instituto – cresceu 4% em relação a última amostragem, avançando de 16% para 20%, se distanciando do empate numérico entre Veneziano e Nilvan Ferreira, que oscilam entre14% e 15%.

Debruçando-se sobre os números, a vantagem do “tucano” deve-se ao crescimento constante do seu candidato ao senado, Efraim Filho, que já conta com apoio de 120 prefeitos. Disparou nos últimos 30 dias, de 20% para 25%. Ricardo Coutinho, que já esteve com 37%, caiu para 27%. Pollyanna Dutra já alcançou 12%, puxada por João Azevedo, desfalcando os redutos das esquerdas petistas/emedebistas.

Com candidatura impugnada e sem recursos do fundo eleitoral, Ricardo Coutinho pode sofrer um “achatamento” nestes últimos dias de campanha. Ainda tem o “direito de preferência” de alguns redutos, comandados pela velha política profissional. Mas, se não “chegar junto”, passará pelo mesmo vexame de Cássio em 2018. Desde 2008, Ricardo só fez campanha com “estrutura”, poder de caneta e “disponibilidade de caixa”.

Efraim Filho, a esta altura já é considerado como “prioridade” pelo União Brasil, detentor da maior fatia do Fundão Eleitoral. Está “puxando” Pedro Cunha Lima, e tem pólvora para ir até o último minuto do combate.

A estagnação de Veneziano é visível pelo declínio de Ricardo Coutinho, concomitantemente com sua posição radical, em simetria com a campanha presidencial, fato que o deixa sem espaços para crescer. Tirar votos de bolsonaristas? Impossível. As esquerdas paraibanas “bateram no teto”. João Azevedo se mantem na margem de erro entre 32% e 35%, o tamanho da “máquina”. Somando-se aos 15% de Veneziano, chega-se na medida exata do PT/PSB e demais “socialistas”: máximo de 50% do eleitorado.

Nilvan é o único que ainda pode crescer e ultrapassar Pedro. Entretanto, para que este evento aconteça, os bolsonaristas (campinenses) teriam que radicalizar o voto, e adotarem Nilvan como irmão e filho da Rainha da Borborema: fôlego para chegar.