Júnior Gurgel

Jornalista político, memorialista e Ghost writer. Ex- diretor de Jornais e Emissoras de Rádio na Paraíba, com atuações no Radiojornalismo.

FIEPB: PARAÍBA FOI O ÚNICO ESTADO QUE ESQUECEU O DIA DA INDÚSTRIA

Publicado em 27 de maio de 2024

O novo presidente da FIEPB, industrial Cassiano Paschoal Pereira Neto, esqueceu por completo a data comemorativa e mais festiva da indústria brasileira, o “sagrado” 25 de maio, Dia da Indústria. Todas as federações do País, até a do Rio Grande do Sul – que pelos efeitos climáticos inundou 129 grandes indústrias – mesmo com portas fechadas, diante do desafio de voltarem às suas atividades, registraram o seu dia. Na Paraíba, a data foi ignorada.

O fato é grave e mostra que o novo mandatário da FIEPB está perdido dentro da Instituição. A “degola” mesquinha, patrocinada por desagregadores, defensores de uma política “paroquiana” de vingança, levou à substituição de antigos servidores da Casa da Indústria, por novatos que nada entendem o que é, e o que representa a FIEPB.

Esta “gente nova” está praticando um irredimível desvio de função e finalidade da Instituição. Os servidores que foram “guilhotinados” não são eleitores e não votam para eleger a Diretoria da FIEPB. Obedecem ordens, e se qualificaram ao longo do tempo como “mão de obra rara e especializada”. Levaram décadas dedicadas ao aprendizado, com treinamentos, aperfeiçoamentos de um sistema – distante da política partidária – sintonizado com as diretrizes da CNI, que busca desesperadamente seu espaço perdido. Na década dos anos setenta, a Indústria chegou a representar 38% do PIB do Brasil. Hoje amarga a posição de um dígito, 8%.

Esquecer o “Dia da Indústria” é um ato tão falho como o Presidente da República não se lembrar do 07 de setembro, como o Dia da Pátria. Se o presidente Cassiano Paschoal botar os pés no chão – não caminhar sobre as nuvens – e procurar identificar quem foi o responsável por este vexame, encontrará diante de sua mesa de trabalho: sua grande Assessoria de Imprensa. Que entende tanto de FIEPB quanto o autor deste texto entende de física quântica.

A FIEPB, SESI e SENAI da Paraíba ainda desfrutam de prestígio e respeito nacional. A Escola do SESI de Campina Grande foi escolhida pela CNI como referência nacional. A unidade de Robótica do SESI em João Pessoa venceu competições nacionais, e tornou-se a melhor do Brasil. Conquistas de um trabalho que levou décadas, por profissionais dedicados a uma causa, que se orgulhavam da FIEPB/SESI/ SENAI/IEL.

A justificativa de saneamento financeiro da entidade foi uma armadilha preparada para Cassiano, que por ora tem demonstrado ter caído no precipício ou engodo. Está cercado de pessoas que criam factoides, como dificuldades, para venderem facilidades. Cassiano Paschoal não deve confundir sua posição de presidente da FIEPB, como um mero recuperador de empresas pré-falimentares. É impossível um piloto de teco-teco decolar e aterrissar um Boeing 747-700. A FIEPB tem 60 milhões em poupança. Não está falida, e seu propósito é investir na pesquisa, ensino, qualificar mão de obra, e se preparar para os grandes desafios da indústria no século XXI. Interagir com o Parque Tecnológico, Centros de Pesquisas das Universidades, incentivar o intercâmbio e formatar Campina Grande como centro de atração para investimentos do futuro. Este é o desafio da FIEPB. A única federação do Brasil onde o SENAI “titulariza” o terceiro grau, formando engenheiros nas áreas de eletroeletrônica. Se Cassiano Paschoal não se alinhar a esta nova realidade, em dois anos, inevitavelmente enfrentará o “volta Buega”.