Júnior Gurgel

Jornalista político, memorialista e Ghost writer. Ex- diretor de Jornais e Emissoras de Rádio na Paraíba, com atuações no Radiojornalismo.

FIEP: A NOVA SERRA PELADA

Publicado em 25 de setembro de 2022

A disputa pela presidência da Federação das Indústrias do Estado da Paraíba (FIEP-PB) vem ocupando espaços na mídia – maculando de forma degradante a respeitável imagem de uma instituição septuagenária – através da postura de baixo nível adotada pela chapa de oposição, que tenta impedir a qualquer custo a reeleição de Buega Gadelha.

Por trás de um grupo de dez presidentes de Sindicatos Patronais – dos vinte e seis que compõem o quadro de eleitores aptos a votarem na próxima sexta-feira (30.09.2022) – existem os mais distintos, escabrosos e inconfessos desígnios, dentre os quais o nefando e ardiloso projeto de deserdar a Rainha da Borborema, transferindo sua sede para a capital do Estado.

Este sempre foi o grande temor do saudoso Agostinho Veloso da Silveira, que conseguiu recursos e construiu a belíssima sede da FIEP em Campina Grande. Entretanto, na sua visão, não bastava apenas a “obra física”. Reformou o Estatuto, e pôs uma cláusula de segurança: “para ser candidato a presidente da FIEP, o pretendente teria que residir na cidade onde ela é sediada” (Campina Grande).

Com o slogan “Renovação e Transparência”, os dez insurgentes formaram uma chapa para chantagear, amedrontar e encurralar Buega, forçando-o a abdicar do seu legítimo direito de disputar a reeleição. Quando perceberam que Buega não recuaria, enviaram interlocutores para mediar a crise. A primeira proposta apresentada foi a remoção da cláusula que exigia o domicílio em Campina Grande do presidente da instituição. O intento é tão simples de justificar quanto as marcas de um “batom na cueca”.

Não sabemos se a proposta foi aceita por Buega. Para Campina Grande, isto é um “estupro”, monstruosidade hedionda. Não importa o argumento de atraso, falácias sobre anacronismo, renovação…Querem tomar no grito um patrimônio da cidade, e seu povo não aceita.

Buega, mesmo se sentindo agredido e traído, não abandonou o seu comportamento de “gentleman”, e com cordialidade continuou recebendo todos os “amotinados”, em busca de um consenso. Destacou sempre que o sucesso do SESI/SENAI-PB, alcançando posição de destaque no ranking nacional – posicionando-se entre os melhores do país – deveu-se à união reinante na Casa da Indústria.

A ira das “eminências pardas” que manipulam os membros da chapa de oposição materializou-se através de um ataque devastador, usando até a Justiça, e com apoio do mais renomado sistema de comunicação da Paraíba, cuja retaguarda privilegia informações com parcialidade, ouvindo apenas uma das partes envolvidas na querela: os que desejam expulsar Buega Gadelha da FIEP a pontapés.

Neste interregno, um áudio de uma conversa entre Severino Accioly (presidente do Sindicato das Indústrias de Calçados da Paraíba, e Helder Campos (presidente do SINDUSCON) foi “vazado”. No diálogo, Accioly sugere que encaminhou sugestão de uma pensão vitalícia de 40 mil reais mensais para Buega desistir da eleição, e cargo honorífico como Presidente de Honra. Nem os ex-Presidentes da República percebem tanto. Ainda estão no teto Constitucional de pouco mais que 30 mil reais. De onde tirariam este dinheiro?

O “massacre” midiático continuou e ultrapassou todos os limites da tolerância, quando partiram para enxovalhar não só a imagem de Buega. Atingiram toda a família. Possuídos por um furor hediondo e irracional, acusaram-no de corrupção – sem provas – nepotismo, e envolveram suas filhas. Criaram um clima de “guerra”, não de eleições.

Os vilões da “Renovação”, que querem transformar a FIEP numa nova “Serra Pelada”, não escondem suas megalômanas ganancias criminosas e ousadia delituosa de saquear a “Casa da Industria”. A empresária Nelma Pires Cavalcanti, proprietária da Qualividros – que ocupa posição de destaque na “chapa assaltante” – em conversas conspiratórias deixou vazar outro áudio ontem (24/09/2022), onde claramente sugere a seus comparsas aplicarem sobrepreços nas obras de recuperação da unidade de Rio Tinto, estimada no valor de 10 milhões de reais. Do montante, desviariam 500 mil para subornar Buega.

Nelma parece que não tem visto os noticiosos e tomou conhecimento da lava-jato. Parece disposta a desafiar a lei, os órgãos de controle, e não teme cometer alguns crimes, passivos de prisões com longos períodos de cadeia. Certamente acredita que ainda existem “brechas” para impunidade, e que os fins justificam os meios. Pelo que se entende no áudio, a chapa da “Renovação e Transparência” quer se apropriar desta montanha de dinheiro. No final da conversa, insinua possível uso da violência: “ninguém vai se opor (seus cúmplices da chapa), ninguém quer matar ele, agora para isso, ele tem que se abrir e conversar. Buega tem que ceder”.

Extorsão a mão armada?

A FIEP se tornou uma nova versão da “corrida do ouro”, semelhante a Serra Pelada nos anos oitenta. A resistência de Buega merece apoio e solidariedade dos imbatíveis guerreiros defensores do espírito “Campinista”.

Campina não será derrotada!