Febre do Oropouche: descubra como se proteger da doença que já chegou na Paraíba

Publicado em 1 de agosto de 2024

Após o Ministério da Saúde confirmar a morte de duas mulheres com menos de 25 anos, sem comorbidades, pela febre do Oropouche, o Brasil inteiro ficou em alerta. Esses foram os únicos registros de óbitos provocados pela doença em todo mundo. Até o momento, na Paraíba, só há o registro de um caso da doença, apesar de outros estados já apresentarem surto, incluindo o vizinho Pernambuco.

Apesar de também ser uma arbovirose, o que chama a atenção é que, diferentemente de dengue, zika e chikungunya, transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti, a Oropouche tem como principal transmissor o mosquito Culicoides paraensis, mais conhecido como maruim ou “muruim”, comum no território paraibano.

O vírus que provoca a infecção é conhecido entre cientistas como Orthobunyavirus oropoucheense, ou pela sigla OROV, e os sintomas incluem febre súbita, dor de cabeça, dor muscular e articular. Outros sinais são tontura, dor atrás dos olhos, calafrios, fotofobia, náuseas e vômitos. Como os sintomas podem ser confundidos, o diagnóstico é feito por avaliação clínica, epidemiológica e laboratorial.

O médico infectologista da Hapvida NotreDame Intermédica, Yuri Eloy, reforça a necessidade da prevenção e tranquiliza a população. No entanto, ele orienta os casos em que é necessário buscar atendimento médico e ficar atento aos sintomas.

“Prevenir a febre do Oropouche envolve medidas para reduzir populações de mosquitos. A eliminação de criadouros e o uso de repelentes são essenciais. Casos que envolvem o sistema nervoso central ou manifestações hemorrágicas requerem atenção médica imediata. Pacientes imunocomprometidos também devem ser monitorados de perto. Até 60% dos casos podem apresentar recidiva dos sintomas após 1 a 2 semanas, necessitando acompanhamento médico se houver agravamento”, destaca o infectologista.

Casos – Em todo Brasil, conforme o Ministério da Saúde, foram confirmados 7.236 casos de febre do Oropouche em 16 estados. As duas mortes foram registradas em cidades do Sul da Bahia, entretanto a maioria dos casos foi reportada no Norte do país. Na Paraíba, o único caso identificado foi em um homem de 34 anos, morador da cidade de João Pessoa, que apresentou sintomas característicos da dengue após ter viajado para Pernambuco, onde teria sido contaminado.

O infectologista Yuri Eloy explica que, devido à semelhança dos sintomas com outras arboviroses, a doença acaba sendo subnotificada e pouco conhecida pela população urbana, dificultando o diagnóstico diferencial.

Apesar da pequena incidência da febre do Oropouche na Paraíba, o médico destaca a necessidade de vigilância. Medidas preventivas e um diagnóstico preciso são cruciais para controlar a disseminação desta arbovirose emergente.

Como Prevenir – Como ainda não existem vacinas disponíveis para evitar a infecção pelo OROV, as autoridades de saúde sugerem algumas medidas básicas para diminuir o risco de contrair a infecção:

– Evitar áreas onde há muitos mosquitos, especialmente os maruins;
– Instalar telas de malha fina em portas e janelas;
– Usar roupas que cubram a maior parte do corpo, para impedir as picadas dos mosquitos;
– Aplicar repelente nas áreas da pele que permanecerem expostas;
– Manter a casa limpa, especialmente áreas externas com plantas ou animais – o material orgânico, como folhas e frutos que caem no solo, pode atrair mosquitos.

Fonte: Assessoria