Júnior Gurgel
Jornalista político, memorialista e Ghost writer. Ex- diretor de Jornais e Emissoras de Rádio na Paraíba, com atuações no Radiojornalismo.
EXAGEROS E INJUSTIÇA
Publicado em 13 de dezembro de 2023Uma cidade portuária (nova Dubai) seria construída no município de Mataraca-PB e geraria 600 mil empregos, através de um Porto de Águas Profundas. Matéria levada à exaustão pela mídia palaciana, durante toda a semana. Pelo visto, não passou de uma tentativa de golpe, episódio merecedor de uma investigação séria da equipe que cuida de “blindar” a imagem do governador João Azevedo, inibindo os observadores mais céticos que criticam sua gestão de caçoar sobre o seu sucesso e evitar ampliar o ruidoso coro galhofado pela oposição.
O vice-cônsul da China, He Yongwei, um dos representantes das relações diplomáticas do gigante asiático com o Brasil, de Recife-PE, informou ao portal Política Paraíba – matéria postada por Weslley Lino – que seu País desconhece a empresa Brasil CRT. Afirmou ainda que não existe nenhum projeto de tamanha envergadura, fora do seu território. Como ele mesmo dimensionou, o investimento equivale ao PIB do Brasil, ou 450 vezes o orçamento da Paraíba. Em apenas três anos, os “chineses” iriam investir na Paraíba o correspondente a 500 anos, a partir de 1530, quando o Reino de Portugal começou a investir nas Capitanias Hereditárias.
Ao se reportar sobre o tema, após assinatura de protocolos entre a Prefeitura de Mataraca e o suposto “grupo Chinês”, o governador João Azevedo em coletiva à imprensa (11/12/2023) foi sincero em dizer que não conhecia o projeto. Mas, estava agendado encontro oficial, dia seguinte (ontem 12/12/2023) com os investidores. Escapou em tempo, evitou um vexame e cancelou a reunião, após a matéria postada por Weslley Lino. Provavelmente a advertência do vice-cônsul, informando ao jornalista que já havia comunicado oficialmente ao prefeito e ao governador da Paraíba possibilidades de fraude, João Azevedo evitou o pior.
A ex-presidente Dilma Rousseff foi vítima em 2012 de um golpe semelhante ao da utópica cidade portuária de Mataraca, quando criou a EPL, empresa que construiria o Trem Bala, ligando o Rio de Janeiro a São Paulo. O projeto apresentado por um grupo de picaretas italianos era uma cópia do Trem Bala do Japão, inaugurado em 1964. Tentando ser mais esperta, Dilma criou uma estatal e contratou os “picaretas” italianos para elaborar o projeto e atrair grandes investidores internacionais, num formato PPP (parceria Pública Privada). Dilma ocupou espaços na mídia e divulgou com ênfase o Trem Bala até 2014. A estatal EPL contraiu uma dívida de 4,0 bilhões de dólares junto a bancos italianos, com aval do Tesouro Nacional.
Na campanha presidencial de 2018, Jair Bolsonaro ridicularizava as 279 estatais deficitárias, a partir do “fantasma” do Trem Bala. Prometeu fechá-la no seu primeiro dia de governo. Mas, não o fez. A EPL devia aos bancos italianos, e o débito já estava ajuizado. Além de centenas de funcionários, a EPL só conseguiu ser incorporada a VALEC em 30/09/2022, quando Bolsonaro concluiu o pagamento do rombo de 4,0 bilhões de dólares. Mesmo após ser incorporada, cláusulas contratuais ainda levaram para a VALEC 12 diretores e pelo menos uma centena de “cumpanheiros” técnicos, contratados pela gestão petista da ex-presidenta.
Exageros à parte, originado na ansiedade da mídia pessoense em bajular de modo extenuante o atual inquilino do Palácio da Redenção, sobressai-se a injustiça em Campina Grande. O Jornalista Geovanne Santos posta no grupo “Imprensa Campinense” uma nota convite sobre a filiação do prefeito Bruno Cunha Lima ao União Brasil, evento que contará com a presença do senador Efraim Filho. E destaca na chamada da matéria: “Campina Grande estava carente de um senador”. Sua preferência embaça os fatos.
O jornalista cometeu uma grande injustiça. Veneziano Vital do Rêgo tem abarrotado os cofres da PMCG. Tudo que Bruno tem pedido, tem sido prontamente atendido por Veneziano, usando o prestígio de vice-presidente do Senado Federal. Por outro lado, é visto constantemente na cidade, e reside na Rainha da Borborema.
Comparem-se o que trouxe Efraim Filho (até o presente) para Campina Grande, e as ações concretas de Veneziano! O palanque que elegeu Efraim foi campinense: Pedro Cunha Lima. Contudo, ele deve sua vitória às bases dos deputados campeões de votos do Republicano, Adriano Galdino e Hugo Mota. Além de Murilo Galdino, Wilson Santiago (pai e filho), Francisca Mota… O Deputado Adriano Galdino tem cobrado de Efraim reciprocidade com a legenda. O Republicano tem projeto, e terá candidato para disputar o pleito do ano vindouro em Campina Grande.
Se o Republicano tivesse apoiado a candidata do governador, Pollyanna Dutra, Efraim teria sido derrotado. Os números nunca mentem: Efraim 617.477 (30,82%) dos votos, Pollyanna Dutra 457.679 (22,84%). Diferença 159.798 (7,91%). Para levar Pollyanna à vitória, bastavam os votos de Adriano (59 mil) e Hugo Mota (158 mil) todos colados com Efraim Morais em 2022.