Ex-jogador de Campinense e Treze é preso por dívida de pensão alimentícia após denúncia de violência doméstica

Publicado em 2 de maio de 2025

O ex-jogador de futebol Maurício de Souza Prestes, conhecido como Maurício Gaúcho, de 43 anos, foi preso nesta quinta-feira (1º), em Campina Grande, depois que sua ex-companheira, de 35 anos, foi até a Delegacia da Mulher para denunciá-lo por violência doméstica. A prisão aconteceu porque a polícia descobriu, durante o atendimento da ocorrência, que havia um mandado de prisão em aberto contra ele por dívida de pensão alimentícia de um outro relacionamento.

Central de Polícia Civil de Campina Grande — Foto: Reprodução/TV Paraíba

g1 não localizou a defesa de Maurício.

Maurício Gaúcho teve passagens por clubes de Campina Grande, como o Treze Futebol Clube, em 2009, e o Campinense Clube em duas oportunidades, 2007 a 2008 e no período entre 2010 a 2011. Ele está aposentado e a última atuação por um time profissional foi em 2013, pelo Goytacaz, do Rio de Janeiro.

De acordo com informações repassadas pela Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (DEAM), a vítima compareceu à unidade policial no início da tarde desta quinta-feira para registrar a ocorrência. Em depoimento, ela relatou que o suspeito a abordou no início da madrugada desta quinta-feira, em um posto de combustíveis da cidade.

Segundo o relato, Maurício teria proferido ameaças, afirmando que “só não lhe daria uma surra porque ela estava acompanhada”.

Logo após o encontro, a situação teria se agravado. A ex-companheira relatou ainda que ele passou a enviar mensagens com teor de ameaça para uma amiga dela. Entre os conteúdos, enviou uma foto íntima do casal, em visualização única, o que, segundo a polícia, pode caracterizar o crime de divulgação não consentida de material íntimo.

Diante da gravidade dos relatos, os policiais civis realizaram uma consulta ao sistema integrado da corporação. Foi então constatada a existência de um mandado de prisão em aberto contra Maurício de Souza Prestes, expedido pelo Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJRS), por dívida de pensão alimentícia. O mandado não tem relação com a ocorrência registrada nesta quinta-feira, mas permitiu com que os agentes realizassem buscas e dessem cumprimento imediato à ordem judicial.

Maurício foi localizado e preso ainda na tarde desta quinta, na rua Marquês do Herval, no Centro de Campina Grande, sendo conduzido à Central de Polícia Civil da cidade, onde está preso na carceragem da unidade. Ele deverá passar por audiência de custódia nesta sexta-feira (2).

A denúncia feita pela ex-companheira resultou na instauração de um inquérito policial por portaria. A investigação irá apurar as ameaças que teriam sido feitas pelo suspeito e a possível prática de divulgação de imagem íntima sem consentimento, condutas previstas na Lei Maria da Penha e em legislações específicas de proteção à dignidade da pessoa.

A vítima informou que manteve um relacionamento de aproximadamente seis anos com o ex-atleta, com quem não teve filhos.

Como denunciar casos de violência doméstica e atraso de pensão alimentícia na Paraíba

Na Paraíba, mulheres vítimas de violência doméstica podem buscar apoio em qualquer Delegacia da Mulher do estado, que oferece atendimento especializado.

Além disso, a Delegacia de Atendimento à Mulher (DEAM) está disponível para acolher denúncias e fornecer orientações sobre os direitos das vítimas, garantindo que todas as medidas protetivas previstas na Lei Maria da Penha sejam cumpridas.

A denúncia também pode ser feita de forma anônima pelo Disque-Denúncia da Polícia Civil (197) ou pelo telefone 190 da Polícia Militar.

Em casos de atraso no pagamento de pensão alimentícia, é possível registrar a queixa na Vara de Família ou nas promotorias de Justiça responsáveis pelo cumprimento das obrigações alimentícias.

O cidadão pode formalizar a denúncia de inadimplência na plataforma online do Tribunal de Justiça da Paraíba (TJPB) ou diretamente nas unidades do Judiciário, que realizarão as medidas cabíveis para a regularização da dívida, que pode incluir a prisão do devedor. A orientação jurídica também pode ser buscada por meio de Defensorias Públicas e entidades de apoio à mulher.

Fonte: G1PB