Júnior Gurgel

Jornalista político, memorialista e Ghost writer. Ex- diretor de Jornais e Emissoras de Rádio na Paraíba, com atuações no Radiojornalismo.

EVENTUAL SEGUNDO TURNO EM CAMPINA DEPENDE DO CRESCIMENTO DE ARTUR BOLINHA

Publicado em 27 de setembro de 2024

Os números não mentem. Apesar de circular nos grupos do WhatsApp da cidade pesquisas (não registradas) para todos os gostos, o Jornal O Globo classificou equivocadamente a Paraíba como o Estado que mais erra nos resultados de suas amostragens. Não existem esses tropeços. O correto seria considerar a Paraíba como o Estado que mais falsifica propositalmente suas pesquisas, corrompendo até renomados Institutos de pesquisas, como o extinto IBOPE/Rede Globo.

Na edição do então respeitadíssimo Jornal Nacional – eleições para governo do Estado 2010 – William Bonner noticiou com convicção: “segundo o IBOPE, na Paraíba não haverá segundo turno, o governador José Maranhão (PMDB) está reeleito com 22% de vantagem sobre seu adversário Ricardo Coutinho (PSB)”.

O Estado na época tinha cerca de 2,8 milhões de eleitores. A maioria de 22% representaria algo em torno de 500 mil sufrágios, estimando-se uma abstenção em torno de 15%. Três dias depois, domingo à noite por volta das 20:00hs, Ricardo Coutinho saiu na frente de José Maranhão para o segundo turno. Com cerca de 6 mil votos a mais, teria derrotado o cacique peemedebista no dia 03/10/2010.

Se houvesse seriedade na Justiça Eleitoral o MPE (Ministério Púbico eleitoral) teria denunciado o fato como crime eleitoral. O IBOPE e a TV que o contratou seriam investigados, juntamente com seus “Estatísticos Responsáveis” pela “Fake News”. Seriam processados por fraude, estelionato, pagariam multas e indenizações, cujo valores seriam destinados ao Fundo Partidário das legendas prejudicadas pela falcatrua.

Desde a instituição do segundo turno – cidades com eleitorado superior 210 mil votantes – em Campina Grande ocorreram seis pleitos, entre 2000 e 2022. Três vencidos em primeiro turno, três em segundo turno. Nos três pleitos decididos em segundo turno, todos foram alcançados por Veneziano Vital do Rêgo. Eleições de 2004, 2008 e 2012. Venceu dois, contra quatro vitórias do Clã Cunha Lima. Nas eleições do próximo dia 06/10/2024, Rêgo e Cunha Lima estão juntos, apoiando Bruno.

Na última refrega entre os Clãs (2022) Bruno Cunha Lima bateu as oposições no primeiro turno, alcançando 111.526 (54,58%) dos votos válidos. Seguido por Ana Cláudia, esposa do senador Veneziano Vital do Rêgo, que conquistou 44.313 (21,69%). Inácio Falcão 33.415 (16,35%); Artur Bolinha, 9.847 (4,82%); Olímpio Rocha, 5.241 (2,56%); branco atingiram 8.344 (3,55); nulos 22.577 (9,60%); abstenção dos eleitores que não compareceram às urnas, 49.757 (17,46%). O total de nulos e brancos adicionado às abstenções, abrangeram 80.678 mil votos, ou 30,61% do eleitorado.

O desafio do candidato do PSB, Jhonny Bezerra, é chegar ao patamar de Ana Cláudia em 2022. Talvez consiga o mesmo número de votos – através do “fogo amigo” – desidratando a candidatura de Inácio Falcão. O prestígio do Governo do Estado (em Campina Grande) e anti-Cunha Lima, juntos, foi aferido há dois anos por João Azevedo.

No primeiro turno, 38 mil votos, ou cerca de 17%. No segundo turno, 75.009, 32,64%. Se os votos de Nilvan 54.301 chegarem integralmente ao endereço de seu vice, Artur Bolinha, ele alcançará o segundo turno. Porém, Johnny terá que obter a mesma votação de Ana Cláudia, Inácio Falcão repetir seus números de 2020, e não esquecer a ajuda de André Ribeiro (PDT) e Nelson Júnior (PSOL).