Erro na Comunicação em Campina. O que Ronaldinho enxergou?

Publicado em 23 de outubro de 2023

O bem sucedido empresário Ronaldo Cunha Lima Filho (Ronaldinho), respeitado produtor de shows e eventos na Paraíba, convidado pelo prefeito Bruno Cunha Lima para assumir a Secretaria de Cultura de Campina Grande fez uma observação intrigante, divulgada apenas por um blog da Capital, quando opinou sobre falhas na gestão de seu primo e destacou em poucas palavras apenas uma: existe erro na “comunicação”.

Faltou ao blogueiro experiência ou “feeling”, para explorar o oportuno momento e esgotar um tema que despertou curiosidade no leitor. O “erro” enxergado por Ronaldinho estaria na equipe que coordena a comunicação da gestão, ou no próprio prefeito, através do seu modo de interagir com a população? Pelo visto, o futuro secretário de cultura pretende usar toda sua experiência e aprendizado adquirido no marketing político – resultado de inúmeros acertos e poucos erros – nas campanhas de seu irmão Cássio – de prefeito, deputado federal, governador do Estado e Senador da República – quando esteve sempre “colado” na MIX, instruindo-se com o genial Zé Maria.

Na campanha de 2014, Cássio x Ricardo, o erro da comunicação não foi detectado na qualidade da publicidade, área de atuação de Ronaldinho. Falhou o jornalismo formador de opinião “cassista” que – se não foi negligente – revelou-se amador e incapaz de “desconstruir” a pecha de traidor, tema criado e usado pela equipe de Ricardo, que o transformou em vítima. Cássio foi demonizado como um cruel algoz oportunista. O tucano negava constantemente sua intenção de voltar ao Governo.

Ao longo de todo este tempo comentou em entrevistas que apoiaria a reeleição de Ricardo. Indicou e manteve onze postos no primeiro escalão (Secretários). Faltou criatividade ou “ausência de malícia” da sua própria equipe, em gerar um “fato novo”, evento marcante, com argumentos suficientes para ser digerido pelo eleitor, mostrando a impossibilidade de uma convivência entre Cássio e Ricardo. Argumento complementar seria destacar que Cássio tinha elegido Ricardo em 2010.

Com todos os desacertos da “comunicação babel”, o tucano conseguiu o milagre de alcançar o segundo turno, e saindo na frente. Mas, na hora da ação, faltou o “insuperável” poeta Ronaldo, campeão em “viradas de campanha” no segundo turno. 1990 Wilson x Ronaldo; 1994 Lúcia x Mariz; 2002 Cássio x Roberto Paulino. 2006 Cássio x Maranhão; 2010 Ricardo x Maranhão, com Cássio para o Senado. A partida do poeta (2012) deixou uma lacuna até hoje não preenchida. Se vivo (2014) teria evitado – como sempre fez – a debandada.

Este “erro da comunicação”, cristalizada pela mídia da Capital com a “pulverização” da informação mal elaborada, fragmentada pelo ululante oba oba de sites, blogs, rádio e TV, superestimando ações do governador e do prefeito Cícero Lucena, teve sua ineficácia diagnosticada nas eleições de 2022. Toda a mídia de João Pessoa – seus mais diversos formatos e plataformas – estava com João. No primeiro turno, o governador apoiado pelo prefeito e com poder de caneta obteve 29% dos votos válidos, aquém da estimativa institucionalizada. Por pior que seja o governo (Estadual ou Municipal), tem 33% dos votos válidos, que representa a o poder da “maquina”.

Somados os votos de todo o Estado, João perdeu no primeiro turno para as oposições. A ausência de Nilvan no segundo turno garantiu a vitória de João. Nilvan transferiria no mínimo 70% do seu eleitorado. Mais de 200 mil votos. Pedro seria o governador.

Fonte: Da Redação (por Júnior Gurgel)