Júnior Gurgel

Jornalista político, memorialista e Ghost writer. Ex- diretor de Jornais e Emissoras de Rádio na Paraíba, com atuações no Radiojornalismo.

EPISÓDIO TCE: O ALVO É ADRIANO GALDINO PRÉ-CANDIDATO AO GOVERNO DO ESTADO

Publicado em 20 de abril de 2025

Todo o alarido midiático da Capital criado em torno da indicação de Alana Galdino para ocupar uma vaga no TCE, sucedendo o conselheiro Arthur Cunha Lima, tem como como finalidade, atingir seu pai, presidente da ALPB – pré-candidato ao governo do Estado – deputado Adriano Galdino. O fato de Alana Galdino ser sua filha impediria, por exemplo, de ter batido chapa com ele, como candidata a deputada estadual nas eleições de 2022? Claro que não. São dois pesos e duas medidas. Querem reinventar a roda?

A escolha de um conselheiro do TCE é através de eleição constitucionalmente democrática, onde qualquer cidadão ou cidadã pode concorrer. Foi publicado um edital, que exigia do postulante para registrar sua candidatura a indicação de 12 parlamentares. Se nem um outro conseguiu, paciência, Alana não pode ser culpada. Esta exigência é do Regimento Interno, que não foi criado por Adriano Galdino. Alana Galdino preencheu todos os requisitos, e foi “aclamada” por 32, dos 36 deputados votantes. Registrou-se três abstenções, inclusive a do seu pai, que deveria ter votado nela. Qual a razão de realizar uma sabatina, se todos os membros da comissão já tinham subscrito uma lista indicando-a e votando nela em plenário?

O “massacre midiático” desencadeado contra Alana Galdino tem origem numa conspiração sórdida, ardilosa, abominável e tóxica, perpetrada pelos inimigos gratuitos do presidente da ALPB, com o propósito de acuá-lo e levá-lo a desistir de seu projeto político. Por que não houve movimento semelhante quando o ex-governador Cássio Cunha Lima indicou e nomeou seu tio (engenheiro), conselheiro Fernando Catão? No vizinho Rio Grande do Norte, o TCE foi criado em 1961, último ato do governador Dinarte Mariz. Aluízio Alves ao assumir, seus dois primeiros atos foram nomear seus irmãos Agnelo Alves para Chefia de Gabinete, e José Gobat Conselheiro do Tribunal de Contas do RN. Ambos sem curso superior. Garibaldi Alves Filho, quando foi eleito governador em 1994, nomeou para o TCE seu irmão Paulo Roberto Alves.

O atual vice-governador, Walter Alves, sobrinho de Paulo Roberto, vai assumir o governo com a renúncia da governadora Fátima Bezerra ano vindouro, e discute na ALERN uma eleição antecipada do TCE/RN – quando estiver no exercício do mandato de governador – com posse marcada para 02/01/2027. Não existe balbúrdia, protestos, manifestações do MPC/RN. O cargo é de indicação, com votação plenária do Poder Legislativo. Em 13/06/2022, o ex-governador José Maranhão, que havia renunciado de “direito” para disputar o Senado, porém de “fato” comandando as ações de seu vice, Roberto Paulino, encaminhou a nomeação de sua esposa Juíza Fátima Bezerra Cavalcanti, para ocupar uma vaga como Desembargadora no TJ-PB. Foi a primeira mulher a ocupar a Corte de Justiça da Paraíba. Alguém lembra de controvérsias?

O ex-governador de São Paulo, José Serra, foi o pai do SUS e um dos melhores ministros da Saúde do Brasil. Não era médico. Elegeu-se Prefeito e Governador de São Paulo, Senador da República, Ministro do Planejamento no final do governo FHC, e das Relações Exteriores do governo Temer. Serra não concluiu um curso universitário no Brasil. Estudava Engenharia na Escola Politécnica de São Paulo, e abandonou no 4º ano (1964). Era presidente da UNE, fugiu e exilou-se no Chile. Casou-se com a sobrinha do presidente Salvador Allende, e conseguiu através da CEPAL – Comissão Econômica para América Latina, uma vaga de pesquisador. Mesmo não sendo Universidade, a CEPAL titulava seus pesquisadores (em dois anos) como Mestres em Economia. O ex-governador do RN Geraldo Melo era também um economista da CEPAL. Querem usar “burocracia casuística” para punir competência?

As universidades brasileiras nunca convalidaram diplomas da CEPAL. Serra Foi nomeado professor de Economia da Universidade do Chile. Com o golpe de Estado que derrubou e matou o presidente Allende, Serra em 1973 exilou-se nos Estados Unidos e conseguiu uma bolsa na Universidade de Cornell, que aceitava o título da CEPAL, por ser um órgão da ONU. Concluiu um doutorado em economia, e lecionou na Universidade de Princeton. De volta ao Brasil, após a Anistia, ingressou na UNICAMP como professor e pesquisador (sem concurso). Prestou relevantes serviços a São Paulo e ao Brasil. Imagine se José Serra tivesse escolhido ser Conselheiro do TCE-PB? O MPC não aceitaria seu título de Doutor em Economia, por não ter concluído seu curso de Engenharia. Fora João Pessoa, nenhum dos demais 222 municípios da Paraíba estão preocupados ou discutindo este assunto como importante para o futuro do Estado.