

Júnior Gurgel
Jornalista político, memorialista e Ghost writer. Ex- diretor de Jornais e Emissoras de Rádio na Paraíba, com atuações no Radiojornalismo.
ENCONTRÃO DE JOÃO AZEVEDO: SUA LIDERANÇA PERMANECE DO MESMO TAMANHO E ESTATURA DO PRIMEIRO TURNO DE 2022
Publicado em 14 de janeiro de 2025O encontro do governador João Azevedo com sua base aliada no restaurante “Sonho Doce” – evento de marketing político exitoso e bem sucedido – atingiu seu objetivo: alimentar a mídia palaciana, com farto material para noticiar no seu quotidiano (perecível) a dimensão de uma grande liderança que se impõe, e se consolida no Estado, como o “oráculo” dos destinos políticos da Paraíba, com vistas às eleições de 2026.
Em curto comentário sobre o “encontrão”, o jornalista Heron Cid destacou que o momento estabeleceu parâmetros para o governador dimensionar o tamanho de seu exército que lutará no Campo da Honra em 2026 (?). Encerrou fazendo alusão a foto. Imagens falam mais alto que palavras. Por outro lado, na visão do jornalista João Paulo Medeiros (Jornal da Paraíba), João Azevedo apresentou “maquetes” de futuras obras, esquecendo que outros projetos festejados no passado foram prometidos e não entregues, como o Centro de Convenções de Campina Grande, obra que se arrasta desde 2019. Na Rainha da Borborema, só foi inaugurado o Arco Metropolitano, promessa do então governador Ricardo Coutinho, quando João era seu supersecretário.
Ainda segundo João Paulo, antes de concluir o Centro de Convenções de Campina Grande João Azevedo já anunciou o Centro de Convenções do Sertão – região que ainda aguarda o ramal da transposição do Piancó – e o Hospital de Traumas prometido. Na área de educação, João Paulo aponta a existência de escolas fechadas para reforma desde 2020, obras não concluídas. Pelo visto, é “muita farinha e pouca carne”. O MP cobra desde o ano passado a conclusão das reformas de 80 escolas, fechadas, e sem prazo para serem entregues à população.
A festa da mídia contrasta com o silêncio e comentários de frustrações da população, nas redes sociais.
As aparências enganam, e a população indaga: qual o verdadeiro propósito do “encontrão” que reuniu 146 dos atuais 223 prefeitos eleitos em 2024?
Politicamente os dois principais alvos foram o presidente da ALPB Adriano Galdino e o senador do MDB Veneziano Vital do Rêgo, ambos em plena campanha. Adriano, que já decidiu disputar o governo do Estado, e Veneziano que procura votos em todos os grotões da Paraíba, na busca de viabilizar seu retorno ao Senado Federal em 2026.
Quanto ao número de 146 prefeitos, quando deduzirem 50 do Republicanos, puxados por 495 vereadores, restará 96. Subtraindo os do PP, PSD e demais legendas nanicas, João e o PSB ficarão no mesmo patamar do primeiro turno de 2022. A vitória acachapante de Cícero Lucena em João Pessoa, em parte “bancada” com investimentos do governo João Azevedo, teve seus créditos capitalizados pelo ex-tucano, que sonha com 2026.
A votação de Bruno Cunha Lima em Campina Grande supera cerca de 30 prefeitos eleitos nos pequenos municípios, com eleitorado abaixo de 5 mil votantes. Tropas do PSB, que marcharão com João. Mais uma vez, não deram espaço para o presidente da ALPB se pronunciar no encontro. Como desculpa, puseram o presidente do Republicanos Hugo Mota. Entretanto, Aguinaldo Ribeiro falou. Por que? Quem deveria discursar em seu lugar seria o vice-governador, seu sobrinho Lucas Ribeiro. Subliminarmente, João fez elogios a Deusdete Leitão e Lucas. Esqueceu Adriano mais uma vez, que a esta altura, se não percebeu o “boicote”, engole o sapo e aguarda seu momento. A promessa de João é de investir 11,5 bilhões na Paraíba. Deveria ter aguardado mais um pouco, pelo menos até o mês de junho. O mundo e o Brasil sofrerão solavancos com a nova ordem econômica mundial, instalada no próximo dia 20/01/2025 com a posse do presidente norte-americano Donald Trump. Qual a prioridade do Brasil para os Estados Unidos, no cenário desta nova era que se iniciará?
Como a perfeição é impossível, grave e humilhante foi a exigência de uma seletiva “pulseira”. Ligamos para alguns companheiros (jurássicos) que ainda estão no batente, para ouvirmos suas opiniões. Não estavam presentes, porque não receberam a “pulseira”. Acesso da mídia ao recinto se restringiu aos “empulseirados”.