Júnior Gurgel
Jornalista político, memorialista e Ghost writer. Ex- diretor de Jornais e Emissoras de Rádio na Paraíba, com atuações no Radiojornalismo.
EMBARAÇO DAS OPOSIÇÕES
Publicado em 2 de junho de 2022Terminou na última terça-feira (31.03.2020) o prazo da manobra arquitetada pelos “caciques” que comandam as grandes legendas (Federações Partidárias), movimento que trouxe grandes prejuízos aos pré-candidatos a governadores de todo País. Restam apenas 120 dias para o primeiro turno. Como as oposições irão recuperar o tempo perdido? Quase impossível.
Após a consumação da data limite para troca de legendas (02/04/2020), todos os pré-candidatos a governo dos Estados esperavam pôr o pé na estrada e iniciar o recrutamento de voluntários para formarem seus exércitos, com vistas à batalha de outubro. Nilvan, o que mais carece de “tropas” para avançar, ficou e ainda está acuado. Veneziano Vital do Rego e Pedro Cunha Lima tentaram ensaiar esta marcha. Mas, foram impedidos por não saberem que destino tomariam seus partidos, que estão enxergando o pleito sob outro prisma.
Quem governa o País é o Congresso Nacional. Rodrigo Maia e David Alcolumbre levaram o parlamento brasileiro a viver os piores dias da história, no início do governo Bolsonaro. Foram inúmeras as manifestações de repúdio da população nas ruas – a partir da Reforma da Previdência – nas “domingueiras”, como denominou o Ministro do STF Gilmar Mendes, também atingido pelos protestos. Mas, ele não depende de renovação de seu mandato, para continuar Ministro.
Este “ranço” deixado por Rodrigo Maia e David Alcolumbre ainda exala um cheiro ruim, impregnado nas redes sociais. Chegado o ano eleitoral, todos querem voltar ou continuarem com privilégios de “Príncipes da Nação”. Em Brasília, “amadorismo ideológico” ficou no século passado, antes da virada do milênio.
O MDB através de seu presidente fechou acordo com a Federação PSDB/Cidadania. Simone Tebet será a candidata. Pactuaram que onde o MDB ou PSDB tiverem candidatos para governos dos Estados, com chances de disputarem, um recua para o outro, ou se unirão. Neste caso, como funcionará aqui na Paraíba? Sai Veneziano ou Pedro? Os dois, as regras da Federação não permitem. Em São Paulo Haddad e Márcio França só permanecem como candidatos porque o PSB não se Federalizou com o PT.
O União Brasil, detentor de 1/5 do Fundão Eleitoral, lançou seu candidato à presidência, Luciano Bivar, que já liberou seus “pupilos” escolhidos e que talvez retornem pela força da grana para votarem no presidente Jair Bolsonaro já no primeiro turno (?). E, se convencer ACM Neto (BA), desistirá e apoiará imediatamente Bolsonaro. Bivar tem a pretensão de comandar uma bancada com 60 parlamentares. A Federação PT, PCdoB e PV somou apenas 68 deputados. PT em sua fase áurea, tinha o dobro. Quem terá legenda negada para o Senado, Ricardo Coutinho ou Rangel Júnior?
Este imbróglio só será resolvido – com perdas e rompimentos – nas convenções, final de julho. Restará agosto para registro das candidaturas, e início da campanha. Governador João Azevedo, pré-candidato à reeleição, diariamente puxa prefeitos e vices de todas as siglas. Se aproxima do apoio do total de 170 (76%) dos 223. Indiscutivelmente, formou um grande exército a partir do apoio do prefeito que comanda o maior colégio eleitoral do estado, João Pessoa. Na eleição passada (2018) andou longe de ter um contingente tão expressivo e venceu no primeiro turno.