EM ENTREVISTA A HERON CID JOÃO AZEVEDO PREGOU DESAGREGAÇÃO

Publicado em 13 de maio de 2025

Escolhendo o senador Veneziano Vital do Rêgo como principal adversário do seu projeto político, cujo objetivo é chegar ao Senado da República em 2027 – passando pelo batismo das urnas em outubro de 2026 – o governador João Azevedo demonstrou disposição em “caçar” os votos do “cabeludo”, checando nas bases do PSB se existem preferências pela postulação do MDB. Levantou dúvidas e nas entrelinhas deixou pistas de que o senador está mentindo sobre o número de apoiadores e redutos.

Por outro lado, João vem subestimando a oposição da Paraíba, encabeçada pela direita, direita radical conservadora, cristãos patriotas, e a monumental rede de Igrejas Evangélicas, que abominam as esquerdas. Esqueceu o inevitável “fogo amigo”, que ocorrerá com deserções e abandonos de correligionários, ora ocupando espaços no seu governo. Este tipo de “surpresa” faz parte do jogo. O bloco suprapartidário que o tem apoiado se desintegrará em abril de 2026. Prevalecerá doravante o “salve-se quem puder”.

Quanto à sua gestão – bem avaliada – expõe números inquestionáveis, atestados pelas Agências de Classificação de Riscos Internacionais, referendados pelo Tesouro Nacional. O Estado exibe um quadro invejável de “Equilíbrio Fiscal”. Significa poupança (dinheiro em caixa) e com um nota triplo “A”, crédito abundante. Engenheiros conhecem matemática, calculam riscos e se revelam bons administradores, por saberem fazer contas. Mas, no mundo político as projeções desprezam a aritmética, são geométricas. A austeridade fiscal é herança de José Maranhão, continuada por Ricardo Coutinho.

Revelar que não faz política através da imprensa, existência de acordos “costurados” entre quatro paredes, foi gesto impensado. Seu improviso ignorou e desprezou a força do povo. Quem precisa de votos tem que conquistar eleitores. O velho “cabresto”, após o advento das redes sociais, está com seus dias contados. A cada dia, fica mais difícil “puxar bode para atravessar riachos”.

Possuído pela vaidade, não olhou no retrovisor e alfinetou com rancor seu padrinho político, Ricardo Coutinho. “Tiramos a Paraíba das páginas policiais”.  Coutinho, numa “escolha de Sofia”, trocou um mandato de Senador da República, permaneceu no governo – e na cadeira – com caneta e tinteiro cheio, para eleger João Azevedo.

Gratidão é um sentimento raro no mundo político. Mas, a lealdade é indispensável. Na “Operação Calvário”, João Azevedo é citado e envolvido – segundo o senador Veneziano Vital do Rêgo – que repetiu diversas vezes nos debates de 2022 a existência de um processo no STJ. Já foi arquivado?

Vangloriando-se que venceu uma eleição sem precisar do eleitorado de Campina Grande e João Pessoa – onde amargou derrotas acachapantes – João Azevedo não conferiu os méritos do triunfo às tropas do deputado Adriano Galdino, presidente da ALPB. Galdino, no entorno de Campina Grande (Compartimento da Borborema) com 42 municípios, tirou a maioria de Pedro na Rainha da Borborema e pôs João na dianteira. Sua lealdade ao governador tem sido enxergada como algo nunca visto na Paraíba. Recentemente, João Azevedo estava em Portugal e Adriano Galdino aprovou um empréstimo de 250 milhões de reais, com maioria absoluta do parlamento, sem questionamentos. Para seu infortúnio, talvez nunca teve conhecimento de um adágio judeu: “por quem você mais faz, é sempre quem menos merece”.

Blindado pela mídia palaciana, a mesma que bajulou Ronaldo, Cássio, Maranhão e Ricardo Coutinho, João se tornou “peixe de aquário”. Não sabe como sobreviver nos rios, correntezas e oceanos, repletos de predadores. Em suas declarações, considerou-se um “Hors Concours”, sem concorrentes. Faltam onze meses para tomar uma decisão. Se entregar o governo a Lucas Ribeiro, seu telefone irá parar de chamar.

Fonte: Da Redação (Por Junior Gurgel)