“Elemento surpresa”, Pablo Marçal levará esquerdas a uma derrota em São Paulo
Publicado em 3 de setembro de 2024A divulgação de mais uma pesquisa – intenção de voto – realizada no maior colégio eleitoral do país, São Paulo, revela um quadro desanimador para as esquerdas, que a cada dia se distanciam de uma eventual vitória, caso seu principal candidato, Guilherme Boulos (PSOL), alcance o segundo turno. Seu histórico de quedas constantes – para quem já alcançou quase 40% da preferência do eleitorado há sessenta dias – é desanimador para o eleitor indeciso. O fato se deve a estreia do outsider Pablo Marçal, que conquistou a juventude periférica de São Paulo com um discurso entusiasta, pregando o fim da pobreza, com um programa de prosperidade.
O Instituto Real Time Big Data apresentou hoje (03/08/2024) números – tanto na entrevista espontânea, quanto na estimulada – apontando Pablo Marçal ainda na frente, e Ricardo Nunes empatado com Guilherme Boulos. Na abordagem estimulada, quando o pesquisador apresenta um disco com o nome de todos os candidatos, Pablo Marçal, PRTB, tem 21%, Ricardo Nunes, MDB (20%), Guilherme Boulos, PSOL (20%); Tábata Amaral, PSB (9%), Datena, PSDB (8%) e Maria Helena, NOVO (3%).
As intenções de votos conferidas a Pablo Marçal, Ricardo Nunes, Maria Helena e parte do PSDB, são de eleitores antipetista, de direita, com determinação de derrotar as esquerdas. Somados, totalizam 44%. Se adicionar metade do PSDB (4%), alcança praticamente 50%, considerando a margem de erro de 3%, podendo alcançar 51%. Se Guilherme Boulos chegar ao segundo turno, consegue agregar apenas 3% de Tábata do Amaral. Os votos de Marçal e Ricardo Nunes são enraizados no bolsonarismo, patriotas, conservadores e evangélicos. Sem chances de optarem por Boulos.
Em reta final de campanha – restam apenas trinta e três dias para o primeiro turno – Ricardo Nunes ainda tem chances de crescer, quando o governador Tarcísio de Freitas botar seu bloco nas ruas, puxado pelo poder da máquina. Pablo Marçal, postulação inicialmente prevista pela crônica e cientistas políticos, rotulada como “voo de galinha”, parece ter ganhado forças e fôlego para a travessia do lago. Mostra possibilidades de continuar crescendo – mesmo em ritmo mais lento – através das redes sociais, e seu gigantesco alcance. Usa o “marketing” impactante do novo e revolucionário. O aplicativo Tik-Tok registrou dia 28/08/2024, 600 milhões de visualizações das postagens de Marçal, em trinta dias. O triplo da população brasileira. E nos demais aplicativos? Marçal estancou porque foi impedido de usar diretamente suas redes sociais. Seus seguidores postam “recortes” e estão fazendo sua campanha.
Um conjunto de fatos mostra que Lula e o PT sairão deste pleito bem menor que seus primeiros dias, quando a legenda foi criada. O discurso da fome, Justiça Social, Estatização e Reforma Agrária, tornou-se apelos anacrônicos. A legenda envelheceu tanto, e em tão pouco tempo, que não teve um nome para lançar na disputa em São Paulo. Pegou uma carona errada, no PSOL. O PT não se renovou, envelheceu e não atraiu mais a juventude militante, parturiente de novas lideranças.
Fonte: Da Redação (Por Júnior Gurgel)
