Júnior Gurgel
Jornalista político, memorialista e Ghost writer. Ex- diretor de Jornais e Emissoras de Rádio na Paraíba, com atuações no Radiojornalismo.
ELEIÇÕES NO BRASIL E VENEZUELA: MÉTODOS DIFERENTES RESULTADOS IDÊNTICOS (Parte I)
Publicado em 23 de agosto de 2024A Suprema Corte da Venezuela deve ter ouvido as últimas declarações do presidente Lula sugerindo intervenção da mais alta Corte de Justiça do país, para definir quem venceu o pleito. Maduro ou a oposição? Em meio às palavras, Lula usou da sua hipocrisia habitual – temendo reações internacionais – e acrescentou a exigência da publicação das atas, porém, não classificou o regime venezuelano como uma Ditadura. “É um pouco diferenciado, não comparável às ditaduras que conhecemos” (?)
Ontem (23/08/2024) a Suprema Corte declarou a vitória de Nicolás Maduro, impôs sigilo sobre a divulgação das atas e ameaçou punir Maria Corina Machado e o candidato eleito Edmundo Gonzalez, por não terem atendido a convocação do CNE – Conselho Nacional Eleitoral, aqui no Brasil, TSE.
Qual a diferença do processo eleitoral da Venezuela para o do Brasil, eleições 2022? O povo – inconformado da mesma forma – foi às ruas pedir ao TSE recontagem de votos, através do código fonte. O TSE, a exemplo do CNE da Venezuela, negou. Não aceitou o relatório independente feito pelo PL, nem permitiu que uma comissão técnica composta por membros das Forças Armadas, UNICAMP e ITA, tivesse acesso à “sala cofre” onde estava o código fonte.
A reação do ministro Alexandre de Moraes, presidente do TSE, foi de uma violência inominável, peçonhenta, estilo “Chavista” – com poder de polícia – atropelando a Constituição. Mandou bloquear 22 milhões de reais do PL, ameaçou jogar todos no inquérito das “Fake News”, por considerar a transparência “atitude antidemocrática”.
Os venezuelanos, observando o que ocorreu no Brasil – eleições de 2022 – e o apoio de Lula ao ditador Nicolás Maduro, montaram uma equipe gigante para acompanhar a impressão do comprovante do voto. Na medida em que colhiam os Boletins de Urnas, enviavam imediatamente para uma central de apuração paralela, que totalizava e disponibilizava na internet para o mundo todo. Com 81,85% dos votos apurados, Edmundo Gonzalez obteve 7.173.152 (67%), Nicolás Maduro 3.250.424 (30%). Quando o CNE tomou conhecimento, suspendeu o anúncio do resultado marcado para às 20:00hs do mesmo dia da eleição, e segurou o restante dos Boletins. O restante, mesmo se fossem todos totalizados pró Maduro, ele ainda seria derrotado.
No Brasil, diplomaram Lula oito dias antes da data determinada pela legislação eleitoral. No dia de sua diplomação, houve atos de vandalismos em Brasília, com bloqueio de avenidas, incêndios de transportes coletivos e até veículos no estacionamento da Polícia Federal. A “armação” era para culpar os bolsonaristas. Pisaram na bola. A área do ataque dos ANTIFA, estava toda monitorada por câmeras. A PM do DF logo identificou e divulgou as imagens mostrando os vândalos. Por que Alexandre de Moraes nunca instaurou um inquérito para apurar o fato, e prender os culpados? A grande mídia noticiou, mas no dia seguinte silenciou. Nunca mais divulgaram nada a respeito.
Quanto à PM do DF, o secretário de segurança Anderson Torres e o governador Ibaneis Rocha ficaram na mira dos verdadeiros golpistas. Veio o 08 de janeiro, decretaram intervenção no governo do DF, prenderam o alto comando da PM e até o secretário Anderson Torres, ex-diretor geral da PF, que estava nos Estados Unidos.
Três dias após o pleito, o CNE através de um relatório/documento, conferiu a Maduro uma vitória com 51,8%. Imediatamente, o diplomaram como eleito. Copiaram até os números do Brasil. Mas, e a ata? Ficou para depois, agora para o nunca. Ainda falam que existe democracia no Brasil? Talvez. Porém “relativa”, como sugere Lula.