Júnior Gurgel

Jornalista político, memorialista e Ghost writer. Ex- diretor de Jornais e Emissoras de Rádio na Paraíba, com atuações no Radiojornalismo.

ELEIÇÕES MUNICIPAIS

Publicado em 15 de fevereiro de 2024

Final do veraneio, recesso parlamentar – passado o carnaval – se inicia a corrida que envolve a maior disputa eleitoral do país. Eleições Municipais. Até o presente, segundo dados do TSE, 145 milhões de eleitores estão aptos a irem às urnas, para elegerem em 07/10/2024 mais de 57 mil Vereadores e 5.573 Prefeitos. No pleito deste ano, inúmeros outros fatores estarão em disputa, além da competição local.

Com o constante e crescente espaço que vem ocupando no poder central, o Parlamento começa a se notabilizar, a partir do vereador.

Inevitavelmente, as recentes conquistas (prerrogativas) alcançadas serão verticalizadas de cima para baixo. Deputados Estaduais já têm o mesmo privilégio que os Federais, no tocante a destinação das “emendas parlamentares”. A maioria dos grandes municípios se renderam às pressões das Câmaras Municipais, e começaram a adotar as “emendas dos Vereadores”. O paradoxo é que indiretamente o tão rejeitado “voto distrital” está sendo efetivado e posto em prática: recursos serão destinados às bases – considerados distritos – do vereador, deputado estadual e Federal.

As principais legendas do país – antes abrigos temporários usados só no período eleitoral – iniciaram um processo de expansão de suas agremiações, na busca de novas bases, onde se alicerçará novos redutos – destino final de suas “emendas do OGU” – caixas que estruturarão suas campanhas no grande embate de 2026, quando todos tentarão renovar seus mandatos.

Nesta primeira fase (janela da traição), curto período de 58 dias até 06/04/2024 – último dia para trocar de partido – deputados estaduais e federais buscarão a “conversão” do maior número de prefeitos – tirando-os de outras legendas – para fortalecerem suas siglas. Um verdadeiro leilão, onde estará em jogo não apenas o dinheiro, mas a credibilidade da liderança “assediadora”: tem palavra

Cumpre compromissos futuros? O histórico da liderança, e seu passado, pesarão sobre a escolha.

Na Paraíba, a luta está sendo travada entre o PSB, Republicanos e MDB. Um pouco mais distante, vem o PL e União Brasil. Na lanterna, os inapetentes PP, Podemos, PT, PSDB e PSD, além de um bloco de nanicos encabeçados pelo PCdoB.

O resultado das urnas de outubro vindouro arquitetará uma nova realidade política, completamente distinta da que vivemos nas últimas três décadas. Um novo modelo será concebido, dentro de um processo de “alinhamento partidário”. A proibida e sempre burlada “lei da fidelidade partidária” doravante será respeitada, por força das circunstâncias. Pouco mais de mil municípios sobrevivem com receitas próprias, independentes das transferências constitucionais, como FPM, ICMS, ITR. Nos demais 4.500, seus prefeitos só conseguem realizar um plano mínimo de obras com emendas parlamentares. Mais de 3 mil outros só estão sobrevivendo com emendas destinadas inclusive a custeio.

Até 2026, ainda sobreviverá a briga Bolsonaro x esquerdas com Lula, PT e aliados. Doravante, as legendas se agruparão em grandes Federações Partidárias. Se resumirão em, no máximo, quatro partidos. Por que perdemos duas décadas? O grande capital transnacional perdeu a confiança no Poder Executivo e Judiciário do Brasil. Só não nos abandonou, graças a Bolsonaro, que concedeu independência ao Banco Central. O grande desafio, a partir da eleição de 2024, é pôr o trem Brasil nos trilhos em 2026, para continuarmos a viagem rumo à prosperidade.

O fundador da ordem econômica mundial, Mayer Amschel Rothschild, há séculos ditou a regra: “eu não me importo quem controla os assuntos políticos de uma nação, desde que eu controle sua moeda”. Preferem as garantias do Parlamento, não importando quem seja o presidente. Poder tem quem faz as leis. O resto, torna-se Venezuela, Cuba, Nicarágua… E a grande África subsaariana, onde Lula foi palestrar.