Marcos Marinho

Jornalista, radialista, fundador do ‘Jornal da Paraíba’, ‘Gazeta do Sertão’ e ‘A Palavra’, exerceu a profissão em São Paulo e Brasília; Na Câmara Federal Chefiou o Gabinete de Raymundo Asfóra e em Campina Grande já exerceu o mandato de Vereador.

Eleição no Conde: Karla só perde para ela mesma

Publicado em 9 de janeiro de 2024

A vida política partidária no Município do Conde, que já dava sequencias de maus exemplos sob a liderança do velho cacique Aluízio Régis, cuja influência perdurou com mais baixos do que altos por mais de quatro décadas, ainda busca amparo no seu cadáver e sobrevive da mesmice de um passado que seria bem melhor não mais existir.

Continua existindo por lá um verdadeiro tsunami de maldades, espécie de Torre de Babel onde nem os índios remanescentes das velhas tribos da beirada do Oceano Atlântico conseguem entender a linguagem chula implantada por uma nova raça de políticos que desonra a classe.

Um exemplo marcante desse lixo é a chegada na praça condense do destrambelho apelidado de Gota Serena, patrocinado por determinados adversários de Karla, como o vereador Léo Carneiro, cujo filho – como à boca miúda se comenta nas esquinas de Jacumã – teria pago a fiança de R$ 2.000,00 que o livrou da cadeia depois de mostrar o enrugado derriére para crianças no meio da rua.

E assim, à falta de criatividade, respeito pelo eleitorado e principalmente competência para idealizar projetos inovadores e vantajosos para o Município, os políticos que se oferecem para disputa do pleito de 2024, com exceção de Karla Pimentel quase todos derrotados pelas urnas, incluindo o terceiro colocado Olavo Macarrão (23,02% dos votos no último pleito), o repetente e eterno cacareco Edinho Mendes, e mesmo os que ainda não foram – caso de Nino Régis, primogênito do falecido Aluízio, e o presidente do Legislativo, Luzimar Nunes, – sobram-lhes além da falta de empatia pessoal ignorância sobre a difícil realidade da classe menos abastada, aquela para quem os olhos de quem é gestor e de quem imagina estar capacitado a ser, deveriam ter foco principal.

Olavo Macarrão, por sua juventude, bom histórico familiar e a excelente votação que recebeu, ainda conserva boa parte do carisma com o qual conquistou a espetacular votação, embora tenha cometido erros políticos graves exatamente pela falta de ambiência no conturbado meio, o maior deles ter se afastado do governador João Azevedo para apoiar Pedro Cunha Lima ainda no primeiro turno, desgarrando-se por consequência do apoio dos Wilson’s Santiagos – pai e filho.

A ‘inocência’ de Macarrão, que faz política sem botar os olhos no futuro, pode mais uma vez lhe custar caro, pois a preço de agora nem Pedro e nem seu pai Cássio – que deu apoio forte a Karla, sendo peça decisiva na vitória – lhe ofertarão um pingo que seja de ajuda, nem sobre e nem sob o palanque.

Oposição dividida é excelente para reeleger Karla, mesmo sem ela contar dessa vez com o trabalho e o voto do saudoso ex-sogro Aluízio Régis, o homem que carimbou o seu diploma e muita falta fará no pleito que se avizinha, onde o seu representante póstumo, o açoitado e estranho Nino Régis, dono de uma rejeição imensa, ainda por cima terá que conviver com o desgaste historicamente vergonhoso e ainda presente da sua mãe Tatiana, a pior gestora do Conde em todos os tempos.

Karla, por sua vez, contando com a azeitada máquina pública e o apoio extraordinário do seu maior benfeitor, Eduardo Carneiro, que garante a presença no palanque do governador João Azevedo, só perde para ela mesma, a continuar dando crédito e se acompanhando dos ‘aspones’ que botou na folha para dizer que ela é bela e poderosa – a dona do Conde!

Vale lembrar que política e eleição são uma caixinha de surpresas, e a vitória chega para quem é competente, tem bom poder de articulação, se acerca de bons amigos e excelentes profissionais de marketing, tudo isso sem se desgarrar de cumprir a palavra empenhada.

Nessa corrida, onde Karla se mantém na frente pedalando em bicicleta com pneus carecas, a oposição – até aqui ainda desunida – se ajeita para pilotar uma Ferrari, mesmo que use combustível adulterado como esse Gota Serena que acaba de contratar para sentar na possante máquina e fazer estragos abissais na caminhada da pimentinha da beira do mar.