Eleição da FIEP é remarcada e cabeça de Buega em jogo divide e fragiliza sofrido parque fabril paraibano
Publicado em 4 de novembro de 2022Finda a refrega político-eleitoral de 2022, com a eleição do Presidente da República, um terço da composição do Senado e governadores dos Estados e do Distrito Federal, uma outra eleição – pelo menos na Paraíba – tem tirado o sono de paraibanos, mais precisamente do seleto grupo que comanda o setor fabril do Estado.
Adiada por duas vezes por decisões do Juiz titular da Segunda Vara do Trabalho de Campina Grande, a eleição para o quadro diretivo na Federação das Indústrias do Estado da Paraíba (FIEP-PB), acaso não surja fato novo impeditivo, deverá acontecer no próximo dia 24 do mês em curso.
Quatro anos atrás Buega tomava posse para novo mandato e recebia também o prestígio da classe política estadual
Desta vez, a peleja se dará com disputa no voto, o que nunca aconteceu na entidade, e isto desde quando Agostinho Veloso da Silveira, inicialmente por doença e depois por morte, veio a ser substituído pelo vice da época, Francisco (Buega) Benevides Gadelha, que preside a FIEP desde 1995.
O Colégio Eleitoral da FIEP é bastante diminuto, integrado por apenas 26 sindicatos patronais, cujos presidentes com direito a voto nunca divergiram e a cada eleição, por pacífico entendimento, mantiveram Buega na presidência e se revezaram nos demais cargos da diretoria, numa profícua união que somente veio a favorecer o crescimento da indústria paraibana até aqui.
Este ano, entretanto, Buega não será aclamado e, se vier a ser reconduzido ao cargo de presidente, como se espera, pela primeira vez terá que conviver com uma acirrada oposição que lhe cobra mais transparência administrativa e, o mais complicado, a mudança de sede do Sistema FIEP (FIEP, SESI, SENAIS e IEL) para a Capital João Pessoa.
Quatro anos atrás, quando tomou posse para o mandato que está a expirar, Buega Gadelha garantiu que a sua missão continuava a ser a defesa dos interesses do setor industrial para contribuir com o desenvolvimento do Estado, considerando que a Paraíba tem uma importante participação na economia do país.
– “A indústria paraibana é responsável pela geração de emprego de aproximadamente 105 mil trabalhadores, e 20,8% dos empregos com carteira assinada na Paraíba e, ainda, somos o estado com melhor remuneração industrial da região Nordeste”, lembrou Buega na ocasião.
Apoiado de maneira consensual e unânime pelos dirigentes sindicais ligados à Federação das Indústrias da Paraíba, o Buega fora reeleito com votação expressiva dos presidentes de Sindicatos Patronais e seu mandato só se encerra no começo do ano que vem.
– “Neste novo mandato vamos nos aproximar cada vez mais de todas as entidades do Estado, para que nós possamos construir, realmente, uma Paraíba em que todos se reconheçam e saibam qual é o seu papel no desenvolvimento da sociedade paraibana. Esse será o esforço com todos, onde buscaremos oferecer todas as nossas competências, tudo aquilo que construímos para desenhar uma Paraíba grande e cada vez mais próspera”, enfatizou Buega naquela oportunidade.
Já percebendo algumas insatisfações no setor e buscando se fortalecer para enfrentar a oposição que nascia em seu redor, Buega introduziu na chapa uma novidade: a existência de três vice-presidentes executivos, representando cada uma das regiões da Paraíba.
Essa rearrumação política, no entanto, não produziu efeitos práticos e um grupo forte no colegiado decidiu formar uma chapa, este ano, para tentar tomar de Buega o comando da federação.
Os dissidentes partiram para o TUDO OU NADA e o jogo sucessório da FIEP este ano descambou para uma baixaria sem precedentes, ação preocupante por estar dividindo o setor e constrangendo homens de bem, que felizmente ainda é maioria na federação.
O resultado do pleito é, de fato, imprevisível, até porque em apoio aos dissidentes está o poderoso Sistema Paraíba de Comunicação (TV’s Paraíba e Cabo Branco, Rádios CBN de João Pessoa e de Campina Grande, e Jornal da Paraíba), que tem à frente o empresário Eduardo Carlos, filho do saudoso dono do Grupo São Braz e ex-vice-presidente da FIEP, José Carlos da Silva Júnior, homem que sempre em vida conspirou nos bastidores para realizar o sonho – não alcançado – de administrar a entidade máxima da indústria estadual e que agora o herdeiro quer (manobrando nas coxias) a todo custo, com uma milionária campanha onde até alta propina já foi oferecida a Buega, concretizar.
O processo é tão esdrúxulo, apesar de estar sendo monitorado pela Justiça do Trabalho, que na formação das duas chapas nomes se repetem, numa incongruência inexplicável.
Partidários de Buega admitem que não há o que temer e que a recondução dele à presidência é mais do que certa, já que contariam hoje com 16 dos 26 presidentes dos sindicatos votantes.
A conferir, no dia 24!
Fonte: Da Redação