Júnior Gurgel

Jornalista político, memorialista e Ghost writer. Ex- diretor de Jornais e Emissoras de Rádio na Paraíba, com atuações no Radiojornalismo.

EFRAIM FILHO: ANSIEDADE O AFASTOU DO BLOCO COMANDADO PELO REPUBLICANOS

Publicado em 31 de julho de 2024

Em declarações constantes – sempre que abordado pela mídia sobre as eleições municipais de Campina Grande – o senador Efraim Filho (União Brasil) sem disfarçar sua “ansiedade” aproveita o ensejo para revelar seu empenho na formação de uma chapa de oposição, capaz de enfrentar o governador João Azevedo, ou seu candidato, em 2026. Sugere composição com ele – candidato ao governo – e assegurou recentemente vaga para Romero Rodrigues no Senado.

A ansiedade do senador vem provocando aos poucos reações nos bastidores da base de apoio que luta pela reeleição de Bruno Cunha Lima. Posto ao lado de Bruno, dividindo preocupações e somando esforços – ampliando conquistas da gestão – está o senador Veneziano Vital do Rêgo, que lhe tem dedicado total apoio, principalmente no tocante a “garimpar” recursos para investimos e ações sociais, originados não só através das emendas, mas também de convênios e fontes extra orçamentárias. Os avanços de Efraim Filho sugerem “subliminarmente” trabalho “formiguinha” de desagregação.

Veneziano Vital do Rêgo vem percorrendo todo o estado, o tempo todo, pavimentando sua volta para o Senado Federal em 2026. Se Efraim votou em Pedro (2022), Veneziano fez o mesmo no segundo turno, repetindo o gesto do distante 1968 quando seu pai – o saudoso tribuno Vital do Rêgo – uniu-se a Ronaldo Cunha Lima e juntos derrotaram Seu Cabral. Foram 54 anos separados, hoje unidos.

Por outro lado, faz algum tempo que ouvimos numa entrevista na rádio manifestação “sincericida” do presidente da ALPB, Adriano Galdino, mencionando que Efraim tem dívida de gratidão com o Republicanos. Em conversa ontem com o deputado federal Wilson Santiago – decano da sigla – procuramos mensurar o nível de importância do Republicanos, na eleição do senador Efraim Morais.

Santiago expôs os números. Efraim recebeu “votos casados” com o Republicanos em 77 municípios. Estimando-se por baixo, cerca de 35% de sua votação, 617.477 sufrágios, superando em 97.631 os votos do seu candidato a governador, Pedro Cunha Lima, com 520.155. Foram cerca de 200 mil votos, levados pelo Republicanos. Apoio expressivo, que se fosse destinado a qualquer um dos quatro candidatos ao Senado no pleito de 2022, o elegeria: Efraim (eleito) com 617.477. Pollyanna, com 457.679, alcançaria 650 mil. Ricardo Coutinho com 431.857, bateria a parada: 630 mil. Até Sérgio Queiroz, com 233.849, e Bruno Roberto com 341.986 se “embolariam” na briga com os demais. Só seria eleito senador, nas eleições de 2022, aquele que conquistasse o Republicanos.

Sobre o momento – posição do senador Efraim – Wilson Santiago, calejado no ramo, sem ressentimentos, apenas pontuou: “geralmente é assim, depois da campanha, eleito, muitos mudam de posição e postura. Deixam o passado no passado, e tentam se impor com independência”. Continuando, Santiago destacou que não é uma decisão correta, mas infelizmente é fato. “Efraim se afastou, o grupo ficou perplexo… Certamente ele queria construir seu próprio projeto”.

Na leitura pragmática de Santiago a ausência de Efraim não afetou a posição da legenda, nem atingiu seus quadros. “Não houve “baixas” nem desfalques na agremiação, porque nós o elegemos, e não o contrário”. Finalizando, Wilson enfatizou que o Republicanos permanece unido, em plena expansão, acima das expectativas. Para a disputa de outubro, a legenda tem um elenco com 70 candidatos a prefeito, competitivos, com possibilidades de vitórias. Este evento, se consumado, consolida a posição do Republicanos como o partido de maior densidade eleitoral da Paraíba.