Marcos Marinho

Jornalista, radialista, fundador do ‘Jornal da Paraíba’, ‘Gazeta do Sertão’ e ‘A Palavra’, exerceu a profissão em São Paulo e Brasília; Na Câmara Federal Chefiou o Gabinete de Raymundo Asfóra e em Campina Grande já exerceu o mandato de Vereador.

DO MEU BAÚ (III) – Em nome do bispo, Cursino de Siqueira classificou Zé Vanildo de não “recomendável” para dirigir a Caturité e Kenedy Sales de “formalmente mentiroso”

Publicado em 14 de junho de 2024

Em 29 de fevereiro de 2008 recebi uma correspondência do saudoso José Cursino de Siqueira, admirável figura que relevantes serviços prestou a Campina Grande, tanto na área da comunicação enquanto dirigente máximo da rádio da Diocese local, a Caturité, quanto na advocacia.

Siqueira era admirável sob todos os aspectos, destacando-se o lado humilde, o fino trato com as pessoas independente de nível social ou gênero, e o profissionalismo gigante.

Éramos amigos de verdade, desde quando Humberto Almeida a mim confiou a editoria geral do Jornal da Paraíba, tempo em que trocávamos ideias diariamente já que a linha editorial da rádio era similar à do jornal: independente e focada no acompanhamento de tudo que dissesse respeito ao desenvolvimento da Rainha da Borborema.

Ademais, Siqueira cursou Direito na mesma sala da Universidade Regional do Nordeste (URNe) onde o meu mano mais velho, também jornalista, Ismael Marinho Falcão, estudava, contribuindo a amizade entre eles para solidificar ainda mais a minha com o dirigente da Caturité.

A carta dizia bem do estilo de Siqueira: muito formal!

Pedia a publicação de uma defesa do Bispo Diocesano Dom Jaime Vieira Rocha, apresentando-se como “consultor jurídico” da emissora sublinhando ter sido “constituído” pelo religioso, como pessoa física, para defende-lo de ataques “aleivosos” que supostamente teriam sido desferidos contra o mesmo n’APALAVRA, no dia anterior.

Rebuscando meus arquivos encontrei hoje a missiva e a incluo na série de artigos que estou a redigir sobre o que há no meu baú…

História pura, nada mais que isso!

O detalhe desse precioso documento é o envolvimento de dois ilustres campinenses, ambos também meus fraternos amigos – padre José Vanildo Medeiros e Kennedy Sales.

O reverendo estava sendo especulado pela mídia para deixar a direção da emissora, e Kennedy Sales, que integrava a mesma Administração Municipal gerida pelo hoje Senador Veneziano Vital do Rego, tinha lá um programa jornalístico matinal e fora afastado porque, dizia a carta de Siqueira, alguns fatos narrados por ele no horário eram “formalmente mentirosos”.

Siqueira começa por dizer, referindo-se a José Vanildo, que “esse sacerdote político, integrante declarado do partido do PMDB, que exerce um cargo (era secretário de Ação Social do Município) dependente da Administração Municipal, pré-candidato a Vereador, não é recomendável para comandar a tradicional Emissora Independente”.

Alegou que José Vanildo estaria dividindo os paroquianos “optando por uma ala, em detrimento de outras”, o que à sua ótica religiosa permitiria afirmar que o padre diferia “do Bom Pastor do Evangelho que reunia todas as suas ovelhas em um só rebanho!”.

Segue a carta do mestre Cursino de Siqueira (foi publicada na íntegra no jornal) para deleite dos que o conheceram e também dos que não tiveram esse privilégio: