Emir Gurjão

Pós graduado em Engenharia Nuclear; ex-professor da Universidade Federal de Campina Grande; Secretário de Ciências, Tecnologia e inovação de Campina Grande; ex-secretário adjunto da Representação do Governo da Paraíba, em Campina Grande; ex-conselheiro de Educação do Estado da Paraíba.

Dizimado PT e PSDB nas eleições de 2024

Publicado em 10 de outubro de 2024

Quer conhecer melhor as novas forças que agora comandam o Brasil?

Um ditado popular diz que “fogo morro acima e água morro abaixo não dá para segurar”. Essa é a melhor analogia para descrever a queda acelerada de dois partidos que, por décadas, polarizaram a política brasileira: PT e PSDB. O mapa das eleições municipais de 2024 evidencia que o outrora poderoso Partido dos Trabalhadores (PT) perdeu sua força e influência. Restou um partido centrado em programas sociais, que muitos agora chamam de “Partido Bolsa Família”.

Mortos e Feridos

Dois partidos que governaram o Brasil de 1994 a 2018, hoje, restam fragmentos. O PSDB sofreu um colapso, uma verdadeira extinção política, enquanto o PT foi confinado a nichos eleitorais do país, sem a força de antes. Em São Bernardo do Campo, cidade histórica para o partido na t terra natal de Lula, Garanhuns, o PT sequer conseguiu lançar um candidato. Já os tucanos, que já governaram com grande influência, foram soterrados pelas novas dinâmicas políticas.

Na Paraíba, estado com 1,2 milhões de beneficiários do Bolsa Família e apenas 659 mil pessoas com carteira assinada, a decadência do PT é visível. Dos 223 municípios paraibanos, o partido conseguiu eleger apenas um prefeito e o PSDB 9. Em São Paulo, a situação é ainda mais desastrosa: apenas três prefeituras conquistadas entre 645.

Novas Forças – Duas Direitas

As eleições de 2024 consagraram o PSD , MDB, PP, PL e Republicanos. O cenário político agora é dominado por uma nova direita que, com lideranças regionais fortes, tomou o espaço deixado pelos antigos protagonistas. Em um momento de polarização, essa nova força política ganhou o apoio de um eleitorado que busca alternativas.

Cenários Pós-2026

Para a esquerda, o tempo é implacável. Mais cedo ou mais tarde, ela perderá seu maior ícone, e junto dele, boa parte de sua identidade. O que pode seguir é uma fragmentação, tal como a que ocorreu com a Iugoslávia após a morte de Tito: uma série de pequenas facções disputando influência em um cenário mais caótico.

Enquanto isso, a direita sai vitoriosa. As expectativas agora se voltam para a consolidação desse movimento, que, em 2026, pode colocar “a cereja no topo do bolo” com a reeleição do prefeito de São Paulo e outras vitórias em nível nacional.

Centro Volver

O futuro ainda reserva algumas incertezas, e há quem aposte em um possível retorno do centro ao protagonismo, mas, por ora, a tendência é de uma hegemonia de forças conservadoras que preenchem o vácuo deixado pela crise dos partidos que dominaram a política brasileira nas últimas décadas. A geopolítica local mudou, e as próximas disputas certamente terão um cenário bem diferente do que conhecemos. Dados recolhidos e texto escrito por Emir Candeia Gurjão