Júnior Gurgel

Jornalista político, memorialista e Ghost writer. Ex- diretor de Jornais e Emissoras de Rádio na Paraíba, com atuações no Radiojornalismo.

DISPUTA EM CAMPINA GRANDE: O SARRAFO FICOU MAIS ALTO

Publicado em 8 de agosto de 2024

Em tempos de Olimpíadas, cabe a analogia. Um eventual segundo turno em Campina Grande (2024) exigirá, além de preparo, forte desempenho das oposições para alcançarem a altura do “sarrafo”, elevado em 10.969 novos eleitores. O número de votantes subiu para 295.989. A última vez que o eleitor campinense foi duas vezes às urnas, foi em 2012. Romero Rodrigues alcançou 97.659 sufrágios no primeiro turno. A altura do “sarrafo” já havia sido cravada (2004/2008) acima de 106 mil votos, por duas vezes consecutivas, meta superada por Veneziano Vital do Rêgo, derrotando Rômulo Gouveia no segundo turno.

Candidatos, comparando-os a atletas, devem estar preparados físico/psicologicamente para a disputa. Devem observar principalmente o nível dos competidores que enfrentarão. As oposições de Campina Grande – independente de seus mais diversos viéses ideológicos – com base nos números das últimas eleições, juntas, precisam somar mais 130 mil votos para levar a decisão a um segundo turno de votação. Esta é a nova altura do “sarrafo”, modalidade “salto com vara”.

O candidato Arthur Bolinha (Novo/PL) para alavancar sua campanha usará a “vara” do bolsonarismo, Igrejas e conservadores. Seu desafio é conseguir “estrutura” suficiente, que fortaleça seu artefato, capaz de impulsioná-lo e atingir uma boa pontuação. Inácio Falcão vem com o velho equipamento de outras Olimpíadas. O Lula petismo radial e retrógrado, com poucas chances de atingir a marca do pleito de 2020. O desgaste do PT/governo federal não lhes permitirá repetir os 33 mil votos (2020).

O recorde ainda permanece com Romero Rodrigues, no seu segundo salto – reeleição 2016 – quando atingiu a marca de 138.987 votos, no primeiro turno. Bruno Cunha Lima, seu sucessor, mesmo vencendo também no primeiro turno, chegou a 111.526 sufrágios. Vinha de uma derrota – dois anos antes – para a Câmara dos Deputados, resultado que surpreendeu a classe política. Era considerado eleito. Talvez “psicologicamente” não estivesse pronto para a competição, ou subestimou a capacidade “física” de seus concorrentes. Perder, para os obstinados, são lições e aprendizados adquiridos, que ajudam a ensinar como vencer.

O desafio de Bruno Cunha Lima é acrescentar aos seus 111.526 votos, o apoio de Romero Rodrigues e do senador Veneziano Vital do Rêgo, que em seu pior momento, nas competições desde 2016, sempre ficou acima dos 50 mil votos.

O médico Johnny Bezerra (PSB), como não dispõe de históricos em competições na cidade, usará como “vara” para o impelir – ganhar altura em seu salto – o prestígio do governador João Azevedo. Segundo pesquisas, muito bem avaliado na cidade desde 2018, porém na prática os resultados são contraditórios. Pelo visto e constatado, a maioria que o aprova esquece de votar nele. Em 2022, no primeiro turno, pontuou no último lugar, com apenas 38.078 sufrágios. Perdeu para o locutor de João Pessoa, Nilvan Ferreira (54.301). No segundo turno, com o forte apoio e empenho do Republicanos, praticamente dobrou sua votação, com 75.009 votos. Jhonny parte com estes números, acrescidos dos insondáveis ou desconhecidos índices do PP/PSD.

Quanto a André Ribeiro, atleta também na disputa, fará seu salto sem compromissos com resultados. Qualquer que seja a altura alcançada, ele nada perderá. Cochichos e apostas já começaram. A campanha não. Porém, muitos não acreditam no segundo turno.