Destino do Governo Lula está nas mãos do paraibano que passa a presidir o mês que vem o TCU: Vital do Rego Filho
Publicado em 2 de novembro de 2024No próximo 14/12/2024, às 09:00, o Ministro do Rego Vital Filho será empossado como novo presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), num dos momentos mais sensíveis do governo Lula III – em meio a uma guerra entre os poderes – onde nomeados (ministros do STF) avocam para si o direito de intervir e determinar regras e limites ao poder legitimamente eleito pelo povo, o Congresso Nacional.
Quando estava no Senado da República, Vital Filho foi escalado para a espinhosa missão de presidir a CPMI do “bicheiro” Carlinhos Cachoeira. O ex-ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos – eminência parda do PT – com forte influência no STF, PGR e Advocacia Geral da União, assumiu a defesa de Cachoeira, sabendo que ela poderia terminar no Palácio do Planalto e derrubar o governo da presidente Dilma Rousseff.
A CPMI iniciada no final de abril de 2012 foi encerrada em 17/12/2012, de forma inusitada. Numa manobra inesperada, após derrotarem o relatório do deputado federal Odair Cunha (PT-MG) pelo placar 18 x 16, aprovaram um outro apresentado pelo deputado Luiz Pitiman (PMDB-DF) 21 x 7, que não apontava responsáveis e sugeria encaminhar todo o material para a Procuradoria Geral da República (?). O Senador Vital Filho só tinha duas opções: enterrar a CPMI ou salvar o governo. Escolheu a primeira.
O primeiro a cair, e ter seu mandato cassado, foi o insuspeito Senador Demóstenes Torres (DEM), líder da oposição, símbolo do combate à corrupção. Nas oitivas, testemunhas provaram que ele estava envolvido até o pescoço.
Os governadores Sérgio Cabral (MDB Rio de Janeiro), Agnelo Queiroz (PT Brasília); Marconi Perillo (PSDB-GO); Prefeito de Palmas Capital do Tocantins, Raul Filho (PT), foram convocados e ficaram em silêncio. O diretor do DNIT, Antônio Pagot, foi o único que falou. Declarou ter recrutado e encaminhado empreiteiros para o tesoureiro da campanha da presidente Dilma Rousseff. Este grupo era liderado por Fernando Cavendish, dono da construtora Delta. Com várias legendas envolvidas, a CPMI foi um fio puxado como ponta de um novelo, que não tinha fim. Cairia a República.
Quatro anos depois veio a Operação Lava-Jato. Avançando rapidamente sobre o Congresso, o único meio de segurá-la – por pouco tempo – era criar uma CPMI para desviar a atenção da mídia, tempo para os caciques “negociarem”. Quem foi escolhido para presidir a CPMI da Lava-Jato? O Senador Vital Filho. Cumpriu sua tarefa, inocentou todos, e tirou do foco das investigações a presidente Dilma Rousseff. Mais uma vez, salvou o governo e o PT. O impeachment de Dilma foi por “pedaladas fiscais”.
Agora, depois de eleito presidente do TCU, faltando apenas a sua posse, Vital Filho se depara com um fato imprevisto. No dia 19/10/2024 o deputado federal Rodolfo Nogueira (PL-MS) protocolou mais um, das dezenas de pedidos de impeachment do presidente Lula. Este, ele não tem como escapar. Se o presidente da Câmara não acatar, o TCU não tem justificativas para salvá-lo. Não é uma simples “pedalada fiscal”. É improbidade administrativa, que culmina em devolução ao erário, perda do mandato e suspensão dos direitos políticos.
O ministro Vital Filho foi o relator das contas do governo, exercício 2023, recomendou sua aprovação com várias “ressalvas”. Erros burocráticos sanáveis. Mas, na denúncia do deputado Rodolfo Nogueira, o erro do presidente Lula é insanável. No orçamento de 2024, foi incluído o programa “pé de meia”. Mensalidade paga pelo governo aos estudantes do segundo grau. O Congresso não aprovou. Lula vetou, e mandou pagar. O Congresso derrubou seu veto. Lula gastou fora do orçamento e sem autorização legislativa. Como reagirá o TCU? Não importa o tempo. As contas de 2024 podem até não serem julgadas em 2025, 2026…Depende do presidente do TCU. Mas, no dia que forem analisadas Lula será condenado. O destino põe nas mãos de Vital Filho, mais uma vez, o futuro do PT e do governo. A grande mídia não quer tomar conhecimento. Segue silenciosa.
Fonte: Da Redação (Por Júnior Gurgel)