Júnior Gurgel
Jornalista político, memorialista e Ghost writer. Ex- diretor de Jornais e Emissoras de Rádio na Paraíba, com atuações no Radiojornalismo.
DESRESPEITO DO CONGRESSO
Publicado em 17 de novembro de 2022As manifestações populares, com vigília permanente da população em frente aos Quartéis, é uma prova evidente da mais irrestrita falta de credibilidade do cidadão num dos principais pilares da Democracia – Congresso Nacional – a Casa do Povo.
A Praça dos Três Poderes em Brasília está cercada por policiais e altas muralhas de zinco – impedindo o acesso da população – fato que começou a ser discutido pela mídia internacional, que tem dificuldades em compreender nossas excentricidades tupiniquins. Se o Parlamento é composto por agentes políticos eleitos pelo povo – para representá-los – como justificar o impedimento do acesso da população?
A Marcha sobre o Capitólio – Congresso americano – ocorrida em 06/01/2021, notícia alardeada pela mídia desinformada, como uma invasão, foi um ato legitimamente democrático do povo, que se sentiu roubado nas eleições presidenciais, quando o candidato derrotado não reconheceu a vitória de seu opositor. Por que não foram para o Pentágono ou para a Suprema Corte? A resposta é simples: quem os representam são os Congressistas.
Pelas normas constitucionais que regem as eleições presidenciais norte-americanas, mesmo depois de eleito e diplomado, o Congresso ainda realiza uma sessão especial um dia antes da posse (19 de Janeiro), para confirmar a transmissão de cargo, depois que checarem toda a lisura do processo. O povo foi ao Congresso no dia 06/01/2021, para pedir ao Parlamento que se aprofundasse nas investigações da fraude.
Acusaram Donald Trump de ter organizado e incitado a população, composta de caravanas de todo o país, para invadir o Capitólio. Esqueceram apenas que o ex-presidente tinha sido banido pela mídia convencional, e seu perfil havia sido removido de todas as redes sociais. Como ele faria esta convocação?
Voltando ao nosso Brasil, só o Congresso Nacional teria, e ainda tem, o poder de evitar todos estes transtornos, impedindo a evolução de uma crise institucional já instalada. A Câmara poderia convocar uma sessão emergencial, e ficar em plantão permanente, já que a maioria de suas votações hoje são virtuais. Quanto ao Presidente do Senado, para apagar o incêndio, convocaria o Presidente do STF e TSE para prestarem esclarecimentos sobre seus atos monocráticos e inconstitucionais. Determinaria a revogação de todos, sem precisar usar o impeachment contra seus membros.
A pergunta que não cala é: por que o Congresso se limita a assistir de camarote “a banda passar”? Senador Girão e toda a Comissão de Transparência do Senado, não tendo poder para convocar – convidaram seis vezes – Fachin, Barroso e Alexandre de Morais. Desrespeitosamente não deram a mínima. Se existe um bando de leões soltos na cidade, amedrontando e deixando em polvorosa a população, só resta uma alternativa: procurar quem tem armas, para abatê-los. Os excessos chegaram ao limite (ontem) de um deputado pedir o afastamento do Ministro da Defesa ao presidente do TSE, que em questão de minutos apresentou notícia crime à PGR. Carmen Lúcia negou também ontem pedido de antecipação da posse de Lula, mesmo sem sequer ser diplomado(!?).