
Desafios climáticos exigem crescimento econômico com responsabilidade ambiental
Publicado em 17 de agosto de 2022O mundo precisa enfrentar com urgência os desafios de reduzir as emissões de gases de efeito estufa, conter o aquecimento global e adotar medidas para adaptação frente aos impactos dos eventos extremos causados pelas mudanças climáticas. O Brasil está engajado no esforço global pela descarbonização da economia e desempenha papel relevante nas negociações internacionais sobre clima, mas os esforços para combater as mudanças climáticas devem combinar crescimento econômico com responsabilidade ambiental.
Com essa mensagem, o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Braga de Andrade, abriu nesta terça-feira (16) o encontro Estratégia da Indústria para uma Economia de Baixo Carbono.
A abertura contou com a participação do ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite; do embaixador-chefe da Delegação da União Europeia no Brasil, Ignacio Ybáñez; por videoconferência, do embaixador do Egito no Brasil, Wael Aboulmagd; do presidente do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), Carlos Melles; e da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP).
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O evento faz parte das iniciativas da CNI para ampliar o debate sobre a transição para uma economia orientada por tecnologias limpas e processos de produção mais eficientes e preparar a participação da indústria brasileira na Conferência das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima (COP27), em novembro, no Egito.
Andrade ressaltou que a posição de destaque do Brasil no cenário mundial é resultado de uma série de iniciativas e políticas que vêm sendo adotadas e das características naturais que colocam o país em vantagem comparativa frente a outros países.
“Atualmente, as fontes renováveis têm uma participação de quase 50% na matriz energética brasileira, que é uma das mais limpas do mundo. O Brasil também foi pioneiro na produção e no uso de biocombustíveis. Além disso, temos a mais rica biodiversidade e a maior floresta tropical do planeta. Com essas características admiráveis, reunimos condições para atrair recursos do financiamento climático, que seriam importantes para consolidar nossa trajetória rumo a uma economia verde”, disse.
Crescimento econômico com responsabilidade ambiental
O presidente ressaltou, contudo, que diante da crise deflagrada pela pandemia de Covid-19 e pela guerra na Ucrânia, os esforços do Brasil em contribuir com a mobilização global de combate às mudanças do clima devem ser combinados com medidas para o país voltar a crescer de forma sustentada. Para isso, é necessário combinar crescimento econômico com responsabilidade ambiental.
“O crescimento econômico com responsabilidade ambiental é imprescindível para a redução das desigualdades sociais e para garantir a melhoria da qualidade de vida da população”, disse, destacando que a legislação ambiental brasileira dispõe de instrumentos avançados e de regras de proteção dos recursos naturais que atendem a rigorosos preceitos mundiais.

A indústria é essencial para ampliar os investimentos em tecnologias limpas e criar soluções voltadas à consolidação de uma economia de baixo carbono e tem feito a sua parte. A CNI vem estimulando as iniciativas empresariais e tem atuado junto ao governo para que o país adote um plano consistente de descarbonização da economia, promovendo o desenvolvimento sustentável e a maior competitividade dos negócios.
Estratégia de baixo carbono baseada em quatro pilares
A estratégia da indústria para alcançar esse objetivo se baseia em quatro pilares – transição energética, mercado de carbono, economia circular e conservação das florestas. Na prática, envolve medidas como a criação de um mercado global de carbono, com a adoção do sistema “cap and trade”, em que as empresas com volume de emissões inferior ao autorizado podem vender o excedente para as que lançam quantidade maior de gases de efeito estufa na atmosfera.
A economia circular consiste da manutenção do fluxo circular dos recursos naturais, evitando desperdício e diminuindo custos. O combate ao desmatamento ilegal e às queimadas é essencial nas ações de conservação das florestas.
A ampliação do uso de energias limpas (eólica, solar, bioenergia), com investimento em novas tecnologias, como o hidrogênio sustentável, que tem sido apontado como a nova solução energética e representa grande potencial para o Brasil são eixo principal da transição energética.
“Nossas propostas para essas áreas, que vêm sendo amplamente discutidas com o setor produtivo e com representantes do governo e de outros segmentos da sociedade, foram apresentadas, no fim de junho, aos candidatos à Presidência da República. A expectativa da indústria é que as sugestões sejam consideradas nos projetos do governo a ser eleito em outubro, ajudando o país a superar as adversidades e a avançar nos próximos quatro anos”, destacou o presidente da CNI.
Especialistas nacionais e internacionais debatem economia de baixo carbono
O encontro Estratégia da Indústria para uma Economia de Baixo Carbono ocorre nesta terça e quarta-feira (16 e 17), em São Paulo. Nesses dois dias, um time de especialistas nacionais e internacionais, empresários, federações e associações do setor industrial e representantes de governos debatem a contribuição do país para atingir as metas de redução de emissões de gases de efeito estufa e as oportunidades de negócios para a descarbonização da indústria brasileira.
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Fonte: Assessoria