
Deputada Cida Ramos convoca audiência pública sobre mortes relacionadas à suposta violência obstétrica na Paraíba
Publicado em 31 de março de 2025A deputada estadual Cida Ramos (PT) convocou uma audiência pública para discutir os recentes casos de violência obstétrica na Paraíba, em resposta à morte de Maria Danielle Cristina Morais Sousa, de 38 anos, e de Ruth Iaponira da Silva Maia, de 17 anos, vítimas de complicações relacionadas a partos realizados em hospitais públicos. A audiência ocorrerá no dia 3 de abril, às 14h, no Plenário da Assembleia Legislativa da Paraíba, com a participação de autoridades e movimentos sociais.
Os casos expõem graves falhas no atendimento médico. Maria Danielle perdeu seu filho durante o parto e, posteriormente, teve o útero removido sem uma justificativa médica adequada, levando à sua morte na última terça-feira (25). A tragédia provocou um novo debate sobre a violência obstétrica no estado, com críticas à negligência no Instituto de Saúde Elpídio de Almeida (Isea), onde o caso ocorreu. Janine Oliveira, amiga de Danielle, destaca que a morte da mulher reflete o desrespeito à política pública de saúde, ressaltando que a negligência resultou em duas mortes evitáveis.
O prefeito de Campina Grande, Bruno Cunha Lima, minimizou o caso, sugerindo que a morte de Danielle não estava diretamente relacionada aos procedimentos realizados no Isea. Porém, a família de Danielle, através de uma carta do viúvo, Jorge Elô, rebateu essa versão e questionou as atitudes da equipe médica, que ignorou sintomas graves durante o atendimento.
Cida Ramos, autora da Lei 11.329/2019, que obriga a implementação de atendimento humanizado e combate à violência obstétrica, reforçou sua luta pela justiça. A lei visa garantir a dignidade e a saúde integral das mulheres, combatendo práticas discriminatórias e promovendo uma assistência ética no sistema de saúde público e privado. A deputada afirmou: “Não descansarei enquanto não houver justiça. A violência obstétrica é uma forma de feminicídio.”
Fonte: Redação/ALPB