Júnior Gurgel

Jornalista político, memorialista e Ghost writer. Ex- diretor de Jornais e Emissoras de Rádio na Paraíba, com atuações no Radiojornalismo.

DEBATES REVELAM O BAIXO NÍVEL DE FORMAÇÃO DO ELEITOR

Publicado em 24 de setembro de 2024

A cada eleição, os debates públicos entre candidatos ao poder executivo revelam avanço do baixo nível de formação do eleitor, hoje customizado com a corrupção generalizada, peculato, contrafações que rapinam o erário público, algo normal na visão estrábica do brasileiro, que encara estes abusos como parte do processo. Se dispõem a eleger e reeleger corruptos e criminosos contumazes, a quem entregam não só os seus destinos, mas deixam um legado para seus filhos e netos, com uma mensagem nítida: o crime compensa. Esqueçam os estudos e a educação. Procurem aprimorarem-se na delinquência tolerável pela (in) Justiça que impera no país, um poder não eleito pelo povo, que desrespeita a vontade popular da maioria.

A escolha não é mais sobre a meritocracia dos postulantes. No fundo do poço, agoniza a democracia brasileira, soterrada e dominada pelo sectarismo dos partidos, considerados pelo saudoso ministro Teori Zavascki – misteriosamente acidentado e morto em um voo – disposto a extinguir 80% das atuais legendas, ao constatar que eram organizações criminosas. Principalmente o PT. Todos os seus tesoureiros e presidentes, desde a fundação da sigla, haviam sido alvos daOperação Lava-Jato, com provas robustas de roubos, através de superfaturamentos que beiravam um trilhão de reais.

Grave é manter o voto obrigatório, que leva a população, puxada por um cabresto legal, a eleger dos “males, o menor”. A maioria dos candidatos exibe perfil – passados e presentes – devedor da justiça. São criminosos, condenados ou não por improbidades, fraudes e ladroagem. Uma degradação da ética, configurada na perfeita fotografia da sociedade brasileira, hoje estruturada no oportunismo, crimes, golpes e corrupção. Ausência de punições severas relativiza o conceito de certo ou errado, bem ou mal. Infelizmente, só fica na cadeia quem rouba pouco.

Anestesiado, o povão drogado não enxerga a cumplicidade das polícias (militares, judiciárias ou civis) poder Judiciário e completa omissão do Ministério Público, com o crime organizado e cartelizado, a partir da OAB. Gabinetes de Juízes, Desembargadores, Ministros das Cortes Superiores de Justiça, são alvos de lobby e conluio dos maus profissionais do direito. Quando perguntaram ao bandido Marcola – fundador e Comandante do PCC – se Fernandinho Beira Mar poderia ser morto ou extraditado para os Estados Unidos, a resposta foi simples: “quem tem 400 milhões de dólares é forçado a viver. Sua morte deserda o “sistema”. Ele continuará vivo e operando, até lhes tirarem o último centavo. E para os que acreditam no bem, para onde endereçaram seus sonhos e esperanças de prosperidade amparados pela Justiça? Como admitir “três poderes”, se na própria estátua da praça só figuram duas cabeças?

Descondenar um condenado, elegê-lo presidente numa eleição não auditável, sem reações dos nossos representantes eleitos (parlamentares) para protestar, contestar e exigir transparência, mesmo usando o método impopular da GLO, acuou a população que foi às ruas, esteve nos Quartéis, e foram presos como terroristas e golpistas (?). Perdemos o respeito da comunidade internacional, passamos a categoria de “Republiqueta”, e somos hoje enxergados pelas grandes democracias como uma nação “Africanizada”. Golpe sobre golpe, para que se mantenha no poder uma “Confraria” de trapaceiros, amparados por decisões precárias e suspeitas, emanadas pelas Cortes de Justiça. Só no Brasil, a caneta tem mais força que os fuzis. Deus ainda é brasileiro? Talvez tenha desistido da causa de nos salvar.