Marcos Marinho

Jornalista, radialista, fundador do ‘Jornal da Paraíba’, ‘Gazeta do Sertão’ e ‘A Palavra’, exerceu a profissão em São Paulo e Brasília; Na Câmara Federal Chefiou o Gabinete de Raymundo Asfóra e em Campina Grande já exerceu o mandato de Vereador.

Cunha Lima e o falido modo de governar Campina  

Publicado em 25 de agosto de 2023

Nos estertores da administração do chamado ‘Grupo dos 22 anos’ em Campina Grande, onde a família Cunha Lima deitou e rolou até que um jovem cabeludo, ex-vereador da cidade, contagiou a população e conseguiu o feito extraordinário de derrotar aquela tropa por insignificante maioria de pouco mais de 700 votos, e onde este escriba na condição de candidato a vereador pelo PMDB conseguiu diploma da Justiça Eleitoral para exercer o mandato, tive a desagradável alegria de mostrar aos campinenses, enquanto jornalista investigativo que continuo sendo, a vergonhosa derrocada de Campina Grande nos indicadores sociais e econômicos do País, que atestavam com números frios e indesmentíveis que o grupo já não mais se emprestava a trabalhar em prol do progresso da Rainha da Borborema.

A série de artigos no jornal Correio da Paraíba eu escrevi com dor profunda no peito e não me constrangi em informar ao leitor que aqueles registros me desagradavam e me envergonhavam, mas que era minha a obrigação de divulgá-los para que a história mudasse, o que felizmente veio a acontecer.

Veneziano assumiu o comando da prefeitura, nós que bravamente lutamos por sua vitória lhe demos apoio e ajuda, e os indicadores começaram a ser alterados para melhor. A primeira gestão do cabeludo foi especial e o “mutirão” a quatro mãos – tínhamos Ney no Senado e Vitalzinho na Câmara Federal – trouxe de volta aos campinenses a autoestima perdida, que eu classifiquei como a maior obra do prefeito naquele momento histórico.

A segunda gestão de Veneziano, e nem quero aqui dela mais lembrar, foi pior que um desastre atômico. Ele não conseguiu fazer Tatiana Medeiros sua sucessora, mesmo escancarando em favor dela a máquina pública municipal. E na eleição seguinte ao tentar voltar para a prefeitura a cidade o reprovou já nas urnas do primeiro turno. Pensando ter sido mero acidente, na eleição adiante, já na lapela com o broche de Senador que Ricardo Coutinho lhe presenteou, botou a mulher para tentar o cargo outra vez e a vergonha foi ainda maior: a dócil Aninha virou cacareco eleitoral, também nas urnas do primeiro tempo.

Agora, quando os bicudos se beijam e Bruno Cunha Lima, Pedro Cunha Lima, Cássio Cunha Lima e agregados soltam bitucas para Veneziano Vital do Rego, que é Senador da República e lhes abre portas no Governo Lula, Campina Grande volta à estaca zero!

Eu aqui, como lá atrás envergonhado e deprimido, lastimo divulgar números novos que jogam a mais importante cidade da Paraíba à cesta do lixo.

Não por acaso, quando gerida por mais um Cunha Lima de berço!

O desastre está oficialmente publicado na edição 2023 do Ranking de Competitividade dos Municípios, criado há 12 anos pelo Centro de Liderança Pública (CLP).

Nele, os indicadores de Campina Grande caíram 24 posições, e a nossa Rainha da Borborema ocupa hoje o 196º lugar na classificação geral no País, ficando no Nordeste com o 9º melhor desempenho, com nota 50.6.

Essa queda de desempenho de Campina Grande é atribuída ao acesso à Saúde, que desabou 47 posições, ocupando agora a posição o número 326 entre os municípios avaliados. A qualidade na saúde também caiu na avaliação, com 47 posições perdidas, passando a ocupar o 246º lugar.

Também estamos mal em sustentabilidade fiscal, com 47 posições perdidas, agora em 370º lugar.

A única pontuação positiva se dá em saneamento, com ganho de 17 posições. Mas é importante lembrar que política de águas e esgotos é com o Governo do Estado – a Companhia de Águas e Esgotos da Paraíba (CAGEPA).

A exceção se deu em Educação, com o neto de Raymundo Asfóra dando show em gestão pública, apesar da sua pouca idade. Melhoramos em qualidade, com ganho de 47 posições, embora o acesso à educação tenha despencado 28 lugares, passando a ter 182ª avaliação geral.

Vejamos a vergonha, sob comando de Bruno Cunha Lima:

Acesso à Saúde: menos 47 (326º)

Qualidade da Saúde: menos 47 (246º)

Inserção Econômica: menos 47 (249º)

Sustentabilidade Fiscal: menos 47 (370º)

Segurança (Governo do Estado): mais 47 (308º)

Telecomunicação: menos 47 (238º)

Inovação: menos 26 (163º)

Meio Ambiente: menos 83 (163º)

Acesso à Educação: menos 28 (182º)

Funcionamento da Máquina Pública (empreguismo): mais 29 (210º)

Qualidade da Educação: mais 47 (213º)

Capital Humano: menos 6 (52º)