Júnior Gurgel

Jornalista político, memorialista e Ghost writer. Ex- diretor de Jornais e Emissoras de Rádio na Paraíba, com atuações no Radiojornalismo.

CONSPIRAÇÃO PARA DERRUBAR O FAVORITISMO DE ADRIANO GALDINO

Publicado em 6 de fevereiro de 2025

Não há como continuar escondendo a perceptível, clarividente e astuta “armação” da mídia palaciana, exposta através do “silêncio” imposto, para desacelerar o ritmo de Adriano Galdino e sua empreitada obstinada de suceder o governador João Azevedo. A ideia é mantê-lo fora da crônica política do quotidiano. Resultado previsto é seu desabamento natural, através do esquecimento de seu nome pelo povo.

Adriano Galdino foi tirado de pauta. Uma estratégia cinquentenária, criada pelos Diários Associados nos anos 70. Como testemunha viva da história, ainda imberbe, admitido pelo Diário da Borborema, acompanhamos todos os passos do saudoso Marconi Góes de Albuquerque, autor que pôs em prática o eficaz método “freezer/micro-ondas”, estratégia que funciona até os dias de hoje.

O primeiro teste foi o ex-prefeito Evaldo Cruz. Se recusava a gastar com publicidade no Rádio, TV e Jornal. Tinha uma assessoria de imprensa que produzia diariamente pacotes de notícias, na expectativa que fossem veiculadas, para preencher espaços na ausência de fatos relevantes. Marconi Góes – todas as terças e quintas-feiras vinha a Campina Grande e reunia todos – identificou que durante seis meses que nenhum dos veículos tinha emitido uma fatura para a PMCG.

Determinou que a partir daquela data não se divulgaria nenhuma nota sobre a gestão Evaldo Cruz. Nem a favor, nem contra. Proibiu até publicação de artigos que citasse Evaldo, que foi posto no “freezer”.

Passados cerca de 120 dias, o povo não sabia se existia prefeito na cidade. Campina parecia ter parado no tempo. Ninguém falava ou comentava a gestão de Evaldo Cruz. Todos os municípios da Paraíba eram destaque nos noticiosos da cadeia, exceto Campina Grande. Nas sessões da Câmara Municipal, presididas pelo “gentleman” Genésio Soares, não existia oposição a Evaldo. Só elogios e agradecimentos do parlamento mirim ao prefeito. Mas, a mídia não registrava.

Genésio observou que havia algo errado. Procurou Tarcísio Cartaxo e marcou um encontro. Tarcísio, eu, ele e o prefeito. Cartaxo quis tergiversar. Orientado pelo mestre Aécio Diniz, fomos direto ao ponto. Abrimos negociações e após aprovação de Marconi Góes chegamos a um acordo. Evaldo foi tirado do “freezer” e posto direto no “micro-ondas”. Seu nome ganhou popularidade, alcançou o status de “estadista” e elegeu seu sucessor.

Marconi Góes tornou-se o homem mais temido e respeitado pela classe política da Paraíba. Nunca foi a Palácio. O governador de plantão – quando acuado o procurava – ele o recebia num fausto jantar em sua residência. O artifício funcionou com perfeição até 1982, Marconi assumiu a tarefa de vencer as eleições municipais de Campina Grande e derrotar Ronaldo Cunha Lima. Um consórcio foi montado: Diários Associados, Jornal da Paraíba. Com Ronaldo, ficou apenas a Rádio Caturité, FM de Hilton Mota e o recém fundado jornal Gazeta do Sertão. Na época, poucos tinham rádio FM. Só em veículos, e nos aparelhos três em um: rádio AM, FM e toca fitas (cassetes).

Até o voto vinculado, numa eleição atípica, favorecia o “consórcio”. Mas, tropeçaram na popularidade de Ronaldo Cunha Lima, suas andanças casa a casa, bairro a bairro em Campina Grande, derrotou o consórcio com uma vitória acachapante.

Na época, imperou o radicalismo hediondo. Mesmo se propondo pagar caro, não se aceitava veicular matérias sobre Ronaldo e sua candidatura. O “Freezer/Micro-ondas” não funcionou. Bateram demais em Ronaldo e o transformaram em vítima. Se Adriano pretende ser governador, este fato histórico deve ser assimilado como exemplo. Vá ao encontro do povo. Seja intérprete dos anseios e não demonstre fraqueza, nem desista. O Republicanos é o único partido do momento com um presidenciável: o governador de São Paulo Tarcísio de Freitas. O PSB está sendo tragado pelo desgaste (Titanic) do PT.