Júnior Gurgel
Jornalista político, memorialista e Ghost writer. Ex- diretor de Jornais e Emissoras de Rádio na Paraíba, com atuações no Radiojornalismo.
CONGRESSO X POVO
Publicado em 5 de março de 2023A instalação da CPMI que investigará os atos de vandalismos ocorridos no dia 08.01.2023 será a primeira prova de fogo para a nova legislatura instalada no último dia 02.02.2023. A renovação na Câmara dos Deputados, fruto das eleições de 2022, alcançou 39% dos 513 deputados eleitos em 2018, ano em que ocorreu a maior reforma – via voto popular – na história do Parlamento brasileiro: 47% de suas cadeiras foram ocupadas por “inexpertos” figurantes desconhecidos no cenário político nacional
As redes sociais desde 2016 vêm protagonizando a grande discussão política, usando a “rotulação” como bússola, orientando aqueles que não entendiam o que era direita nem esquerda a se posicionarem no amplo debate e assumirem posições. Este movimento espontâneo de conscientização do povo – impedindo a permanência do “status quo” da perversa manipulação das massas – ainda é considerado pela crônica política da velha mídia “ensaboada”, como “radicalismo”.
A partir de 2018 surgiu a “Direita Conservadora”, estruturada nos sentimentos patrióticos e alicerçados nas Igrejas Cristãs (Católicas, Pentecostais e Neopentecostais). O Brasil ocupa o segundo lugar no ranking dos maiores países Cristãos do mundo, com 90,2% de sua população ou 175,7 milhões de pessoas batizadas no Cristianismo. Perde apenas para os Estados Unidos, que tem 246 milhões. É um admirável contingente, que jamais aceitará as pautas das esquerdas, impostas pelas minorias que ostentam questões sensíveis (privadas e/ou pessoais) como a “diversidade identitária”, por exemplo, o movimento doutrinário do LGBTQI+ e a linguagem neutra do “tudes”.
Com apenas 130 deputados federais, acrescidos de mais 80 que se consideram “centro” – apoiaram o PT no segundo turno – o governo fica sem retaguarda para a longa guerra de quatro anos que se inicia agora. As esquerdas formaram a menor bancada desde 2022. O misterioso quadro de saúde de Zé Dirceu levou Gleisi Hoffmann a assumir o papel de Chanceler, “Cahncelera” ou “Chancelarina” do PT e seus aliados comuns, com discurso instituindo o “patrulhamento ideológico”, deixando o governo de calças curtas. Critica Fernando Haddad, Simone Tebet, Diretoria da Petrobras e exigência (ontem) do imediato afastamento do Ministro das Comunicações, por ter usado indevidamente uma aeronave da FAB para participar de um leilão de cavalos em São Paulo.
Neste ínterim, Zeca Dirceu – líder do governo – avançou na Câmara e “convenceu” dois deputados federais a retirarem suas assinaturas para a instalação da CPMI. O Jornalista Caio Junqueira, da CNN, “plantado” no Palácio do Planalto, se mostrou na última sexta-feira (03.03.2023) pessimista quanto às possibilidades de o governo impedir que o processo avance. Foi enfático – mesmo de modo desajeitado – admitindo existência de algo de errado, que à luz de uma ampla investigação como uma CPI, alguns fatos podem respingar no presidente Lula.
Seus companheiros de bancada, no “WW com William Waack”, pela primeira vez abordaram o tema, que há 40 dias está nas redes sociais. Citaram o provável comprometimento do Ministério da Justiça, ABIN, GSI, que foram notificados 48 horas antes do dia dos transtornos. Por outro lado, Lula impõe sigilo sobre a divulgação das imagens do circuito interno de câmeras instaladas no Palácio do Planalto.
O que veremos nas próximas semanas é quem vai ocupar o espaço na mídia e redes sociais. Arthur Lira ou Lula? Lira, se olhar no retrovisor, distinguirá o “travento” destino de Rodrigo Maia, quando se posicionou contra o povo, chamando as manifestações de “domingueiras”. Mudou de cidade (Rio), ficou impossibilitado de andar nas ruas, não teve sequer a coragem de registrar sua candidatura a deputado federal. As chuvas e enchentes de março fecharão este verão?