Júnior Gurgel

Jornalista político, memorialista e Ghost writer. Ex- diretor de Jornais e Emissoras de Rádio na Paraíba, com atuações no Radiojornalismo.

COMEÇA O DEBATE ELEITORAL: BRUNO É CUNHA LIMA, ROMERO NÃO!

Publicado em 9 de junho de 2023

Nos últimos trinta dias o deputado federal Romero Rodrigues vem ocupando espaços na mídia e redes sociais, posicionando-se no centro da crônica política, como a principal liderança da cidade. Deixa transparecer que está em gozo de férias no Congresso Nacional, aguardando com ansiedade a contagem dos dias – olho no calendário eleitoral – para seu retorno ao comando dos destinos da Rainha da Borborema em 2024.

O movimento é precipitado. Os arquitetos deste projeto podem deixar Romero fora da vida pública. O ex-prefeito ainda é lembrado como melhor gestor do início deste século XXI. Mas, fato pretérito. Mudanças inimagináveis ocorreram após resultado das urnas de 2022, com episódios marcantes, ratificando a tese de Vargas sobre o “meio político”. “Não existem amigos inseparáveis, nem inimigos irreconciliáveis. Na luta pelo poder, tudo é possível.

A união dos clãs Cunha Lima e Rego – segundo turno das eleições 2022 – mostrou a força dos dois grupos em Campina Grande, quando as urnas lhes conferiram 67,36% dos votos válidos (154.794) contra 32,64% do seu adversário, governador João Azevedo (75.009 sufrágios), que foi “puxado” na cidade pelo clã Ribeiro: Enivaldo, o patriarca, Daniella (senadora da república), Aguinaldo Ribeiro (deputado federal) e o neto Lucas Ribeiro – na época vice-prefeito de Bruno Cunha Lima.

As críticas dirigidas hoje a Bruno são absolutamente idênticas às que foram feitas a Romero Rodrigues, no seu segundo mandato. Não frequentava o Gabinete, eram raras suas aparições públicas, e ainda teve que enfrentar as adversidades de escândalos, como o caso da Merenda Escolar. Mas, massageava o ego do campinense com ruas limpas, bem iluminadas, obras de pavimentações e a erradicação de favelas.

Bruno Cunha Lima se aproxima do final de sua gestão sem nenhuma denúncia de corrupção. Manteve o mesmo “padrão Romero” de limpeza urbana. Pagou o alto custo de passar dois longos anos – se cosendo com suas próprias linhas – para tirar o Município do quadro de inadimplência deixado por seu antecessor.

Comportou-se como seu avô Ivandro – moderado, fiel e nobre – cumprindo silenciosamente sua tarefa de tapar as crateras deixadas nas finanças do Município. Qualquer outro se dirigiria à mídia e justificaria os motivos de ter ficado na trincheira e não ter avançado como sonhara ou planejara. Ambições, diferem de ganância.

Os áulicos de Romero anteveem seu destino em 2024. A reeleição de Bruno o manterá por apenas dois anos na Prefeitura. Terá que se afastar, para não ficar sem mandato. Irá ocupar uma das vagas na Câmara, ao lado de Pedro Cunha Lima, que pretende voltar. E o espaço para Romero? Bruno é um líder de visibilidade local, Pedro estadual. Veneziano vivendo o melhor momento de sua trajetória política emplacaria Ana Cláudia como vice de Bruno. Cássio pode não ter mais musculatura para uma maratona estadual. Mas, o clã que lidera ainda tem raízes profundas na cidade. Bruno é Cunha Lima, Romero não.